Risk-factors for non-adherence to antiretroviral therapy / Fatores preditivos de não-adesão à terapia antiretroviral

ABSTRACT

Cross-sectional study analyzed as case-control to identify risk factors for non-adherence to antiretroviral therapy. We studied 412 out-clinics HIV infected subjects of three public hospitals of Recife, Pernambuco. The objective was to examine the association between non-adherence to the antiretroviral therapy and biological, social-behavior and demographics and economic factors, factors related to the disease and/or treatment, factors related to life habits and depression symptoms. Variables significantly associated with non-adherence to antiretroviral therapy were time elapsed since HIV diagnosis (p = 0.002), daily dose (p = 0.046), use of alcohol (p = 0.030) and past drug use (p = 0.048), and borderline p-values were found for educational level (p = 0.093) and family monthly income (p = 0.08). In the multivariable analysis, the factors that remained in the final model were family monthly income, time period with HIV infection and use of alcohol. No association was observed between non-adherence to antiretroviral therapy and gender, age, sexual orientation, marital status, educational level and place of residence. Based on our results and the local situation we suggest assessment of social needs; training of partners and/or families on supporting adherence, creation of "adherence groups" to motivate and to reassure patients on the benefits of treatment; counseling and/or psychotherapy for alcohol drinkers.

RESUMO

Estudo transversal com análise tipo caso-controle, que avaliou 412 pacientes de hospitais públicos do Recife - PE, com o objetivo de identificar fatores preditivos de não adesão à terapia antiretroviral. Verificou-se associação entre não adesão à terapia antiretroviral e aspectos biológicos, sócio-comportamentais e demográficos, econômicos, relacionados à doença e ao tratamento, aos hábitos de vida e aos distúrbios do humor. Variáveis com associação estatisticamente significante com não adesão na análise univariada foram tempo de diagnóstico (p = 0,002), maior número diário de comprimidos (p = 0,046), uso de álcool (p = 0,030) e uso de drogas no passado (p = 0,048). Observou-se associação limítrofe com grau de instrução (p = 0,093) e renda mensal familiar (p = 0,08). Após análise multivariada, permaneceram no modelo final renda mensal familiar, tempo de diagnóstico e uso de álcool. Não houve associação entre gênero, idade, comportamento sexual, estado civil, grau de instrução, município de residência e não adesão à terapia antiretroviral. Baseados nos nossos resultados e nas características da população estudada sugerimos valorização das necessidades sociais, sensibilização de parceiros e/ou familiares para estimular a adesão, criação de grupos de adesão para motivar e persuadir os pacientes sobre os benefícios do tratamento, aconselhamento e/ou psicoterapia para alcoolistas.