RESUMO
Aborda a trajetória da lepra no Brasil não como um acontecimento meramente médico-biológico, mas, sobretudo, como um aspecto da vida política e social. A autora não estudou a lepra medieval, assentada sobre princípios ético-religiosos e ligada à ideia de pecado e punição; tampouco se debruçou sobre a hanseníase, nome contemporâneo com o qual a lepra foi rebatizada para distinguir-se da outra e livrar-se do seu estigma. A pesquisa se concentra no período entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do XX, quando houve um crescimento das pesquisas sobre a lepra e a interação entre a conjuntura internacional e a realidade sanitária brasileira produziu uma trajetória singular para a doença no país. A autora divide essa trajetória em três momentos. No primeiro, na década de 1910, a doença ainda não era considerada prioridade no âmbito federal e seu controle ficava a cargo dos estados, notadamente com o auxílio de instituições filantrópicas. Depois, nos anos 1920, a lepra se tornou um problema sanitário nacional e, para centralizar o combate à doença, estabeleceu-se a Inspetoria de Profilaxia da Lepra e das Doenças Venéreas, não sem crises e tensões. As ações da inspetoria não se resumiam à segregação dos leprosos em sanatórios e alguns as consideravam demasiadamente liberais. Assim, no terceiro momento, que corresponde à década de 1930, foi extinta a inspetoria e desarticulada sua política de enfrentamento da lepra: reforçou-se o isolamento compulsório e inúmeros leprosários foram construídos. (AU)
Assuntos
História do Século XIX , História do Século XX , Hanseníase/história , Hanseníase/prevenção & controle , Terapêutica , História da Medicina , Política de Saúde/história , Saúde Pública/história , BrasilRESUMO
Analisa como se deu a incorporaçäo da lepra na literatura médico-científica e na nosologia nacional, na primeira metade do século XIX. Nesse período foram produzidos os primeiros trabalhos sobre lepra no Rio de Janeiro. A doença ganhava espaço nos debates das associações científicas, nos trabalhos acadêmicos e nos periódicos médicos. Aborda como a elaboraçäo de um conhecimento coletivo sobre a lepra, seguindo o paradigma científico do período, conciliaria clínica anatomopatológica, o higienismo e a climatologia, conferindo um contorno especificamente nacional à doença.(AU)
Assuntos
Hanseníase/história , Brasil , História da Medicina , Saúde Pública/históriaRESUMO
Na primeira metade do século XIX, a lepra foi integrada à pauta da pesquisa científica no Brasil, com estudos sobre sua etiologia e distinção clínica. A complexidade de elementos que compunham o quadro etiológico da lepra se expressaria, no lano terapêutico, pela adoção de remédios debilitantes, parte de uma estrutura cognitiva em que o restabelecimento da saúde se daria a partir da desobstrução e equilíbrio do organismo. Nas décadas finais do século XIX, o tratamento da lepra sofre significativas transformações, a bacteriologia criara novos valores científicos, conferindo um novo papel ao médico e a reorientação da terapêutica da lepra.(AU)
Assuntos
Hanseníase/história , Hanseníase/terapia , Brasil , História da MedicinaRESUMO
Procura destacar o papel do Laboratório Bacteriológico no cenário médico da segunda metade do século XIX, instituindo-se não só como um espaço de pesquisa sobre a lepra, como também um pólo dinâmico e precursor de consolidação da medicina pasteuriana no Brasil.(AU)
Assuntos
Hanseníase/história , Pesquisa/história , Brasil , História da MedicinaRESUMO
Procura destacar o papel do Laboratório Bacteriológico no cenário médico da segunda metade do século XIX, instituindo-se não só como um espaço de pesquisa sobre a lepra, como também um pólo dinâmico e precursor de consolidação da medicina pasteuriana no Brasil.