RESUMO
O complexo HLA tem sido amplamente estudado, na tentativa de elucidar os mecanismos que levam ao direcionamento da forma clínica na hanseníase. Foram observadas associações positivas dos alelos HLA-DR2 e HLA-DR3, com a forma tuberculóide (HT) e do alelo HLA-DQ1, com a forma virchoviana (HV). Em relação ao HIV os alelos de classe I, HLA-B35 e HLA-Cw4 parecem estar mais fortemente associados com a deterioração imunológica e com a aceleração da progressão para a aids e os alelos HLA-A1, HLA-B8, HLA-B27, HLA-Cw7 e os de classe II, HLA-DR3 e HLA-DQ2 com a progressão lenta da doença. Por não haver nenhum dado na literatura descrevendo a participação dos alelos HLA em indivíduos co-infectados com hanseníase e HIV, o presente estudo teve como objetivo avaliar a freqüência dos alelos HLA de Classe I e II (locus A, B, C, DR e DQ) em pacientes co-infectados, atendidos no Instituto Lauro de Souza Lima de Bauru. Foi possível observar que a presença de alelos descritos na literatura como associados com rápida progressão da aids parece não influenciar no espectro clínico da hanseníase. Embora a infecção pelo HIV cause profundos danos no sistema imune, não houve direcionamento para a forma virchoviana multibacilar como se poderia esperar. Estudos abrangendo maior casuística devem ser conduzidos para que os resultados sejam mais informativos uma vez que a co-infecção HIV/M.leprae é um evento importante em área endêmica para ambas as doenças.
Assuntos
Antígenos HLA/imunologia , Antígenos HLA/química , Antígenos HLA , Hanseníase/diagnóstico , Hanseníase/fisiopatologia , Hanseníase/imunologia , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/imunologiaRESUMO
Neste estudo propos-se comparar o teste intradermico de Mitsuda e os alelos HLA-DR2/HLA-DR3 e HLA-DQ1 relacionados com as formas clinicas da hanseniase, visando contribuir para o delineamento de nova metodologia no auxilio prognostico desta doenca. Foram estudados 176 pacientes hansenianos (50 HT, 50 HV e 76 HD). A tipificacao do HLA-DR e HLA-DQ foi determinada pela tecnica de PCR/SSP e reacao de Mitsuda pela intradermorreacao com leitura em 28 dias. Na forma HT os resultados demonstraram que a reacao de Mitsuda foi positiva em todos os pacientes, sendo 16 por cento positivo1+ 68 por cento positivo2+ e 16 por cento positivo3+. O diametro de induracao variou entre 4,0 a 18,0mm, com valor medio de 7,5mm. A especificidade HLA-DR2 esteve presente em 28 por cento dos pacientes deste grupo (24 por cento HLA-DRB1*15 e 4 porcento HLA-DRB1*16). A especificidade HLA-DR3 esteve presente 16 por cento dos pacientes (8 por cento HLA-DRB1*17 e 8 por cento HLA-DRB1*18), 2 por cento apresentaram os alelos HLA-DR2 e HLA-DR3 simultaneamente, totalizando 46 por cento da amostra estudada com o marcador. A forma HV apresentou a reacao de Mitsuda negativa em todos os pacientes estudados. A especificidade do HLA-DQ1 esteve presente em 74 por cento dos pacientes (34 por cento HLA-DQB1*05, 28 por cento HLA-DQB1*06 e 12 por cento HLA-DQB1*05 e HLA-DQB1*06). No grupo HD, o padrao de leitura da reacao de Mitsuda resultou em negativo em 48,7 por cento duvidoso 5,2 por cento positivo 1+ 30,3 por cento e positivo 2+ 15,8 por cento. O diametro da iduracao variou entre negativo a 7,5mm com valor medio de 2,4mm...