RESUMO
O presente estudo foi realizado na área rural de 4 municípios do Nordeste Brasileiro como parte de uma pesquisa mais abrangente realizada na área. Foi trabalhada uma sub-amostra constituída por indivíduos que, fazendo parte da amostra geral de famílias, se apresentaram para avaliaçäo antropométrica, totalizando 126 homens e 453 mulheres. De acordo à posse da terra, a referida amostra foi estratificada em: sem terra (ST), pequenos proprietários (PP), medios proprietários (MP) e grandes proprietários (GP), obtendo-se a seguir os valores médios das variáveis antropométricas (altura, peso, circunferência braquial e dobra cutânea) para cada estrato e sexo. Observou-se que a maior posse da terra, a média de altura aumenta, atingindo os valores extremos, uma diferença de 7 e 6 cm em homens e mulheres, respectivamente. As diferenças entre grupos revelaram ser estatísticamente significativas (P<0.05). A média de peso experimenta igualmente incrementos conforme aumenta a extensäo da terra, atingindo uma diferença de 9 a 11 kg, em homens e mulheres, respectivamente (P<0.01). Dobra cutânea e perímetro braquial apresentam também diferenças significativas entre as categorias de posse da terra, visando a avaliaçäo do estado nutricional atual, obteve-se a adequaçäo peso/altura e relacionou-se com a posse da terra. Mesmo sendo baixa a proporçäo de indivíduos com menos de 90% de adequaçäo, observa-se a tendência de melhoria conforme aumenta a posse da terra. O estudo discute a precariedade dos critérios e padröes da avaliaçäo nutricional do adulto: infere sobre a repercussäo, neste grupo, da somatória de episódios de desnutriçäo tidos enquanto crianças e aponta a relaçäo existente nas áreas rurais, entre estado nutricional e a posse da terra
Assuntos
Adulto , Humanos , Masculino , Feminino , Estado Nutricional , População Rural , Antropometria , Brasil , Fatores SocioeconômicosRESUMO
O presente estudo se propöe analisar a distribuiçäo da desnutriçäo energético-protéico, anemia e hipovitaminose A em relaçäo ao acesso e tamanho da propriedade rural. Foram estudadas 689 famílias, da área rural do Agreste pernambucano, no Nordeste brasileiro, com 1,257 crianças menores de 6 anos, distribuídas em quatro categorias, de acordo com o tamanho da propriedade. O estado nutricional foi avaliado segundo os critérios de Gómez, Ariza-Macías e Seoane-Latham, modificado por Batista Filho. De acordo com a classificaçäo de Gómez, 55,1% das crainças têm algum grau de desnutriçäo. A categoria das famílias sem terra apresenta 67.0% de desnutriçäo, contra 25% para a categoria de famílias com propriedades de 50 e mais hectares (P <0.01). A dosagem de hemoglobina foi realizada em 976 crianças, encontrando-se uma prevalência de 38.9% de anemia; näo foram observadas diferenças significativas entre as categorias de posse da terra. A determinaçäo dos níveis séricos de retinol em 412 crianças evidenciou uma prevalência elevada de hipovitaminose A, de 24%, para valores de 20 mcg/100 ml de plasma; näo foi observada associaçäo significativa em relaçäo às diferentes categorias de posse da terra. Os dados apresentados demonstram uma elevada prevalência de desnutriçäo energético-protéica, anemia e hipovitaminose A, bem como uma associaçäo significativa entre desnutriçäo energético-protéica e tamanho da propriedade rural, caracterizando esta regiäo do Brasil como uma das mais afetadas por problemas alimentares e nutricionais
Assuntos
Pré-Escolar , Humanos , Anemia/epidemiologia , Nutrição do Lactente , Desnutrição Proteico-Calórica/epidemiologia , Fatores Socioeconômicos , Deficiência de Vitamina A/epidemiologia , Brasil , População RuralRESUMO
Faz-se um relato sobre as situaçöes carenciais no Brasil, referindo-se a 4 problemas: desnutriçäo energético-proteica, hipovitaminose A, anemias e bócio, no Brasil. Salienta-se que os critérios convencionados para definir a linha basal de endemicidade näo se acham seguramente estabelecidos, com exceçäo do caso do bócio. Em relaçäo aos demais problemas, os referenciais propostos säo ainda preliminares e tentativos, valendo assim, como indicaçöes provisórias. Os problemas da desnutriçäo energético-proteica e, sobretudo anemia e hipovitaminose A, acham-se insuficientemente descritos no Brasil; seja do ponto de vista de sua distribuiçäo geográfica, seja como representaçäo demográfica e, principalmente, no que se refere as suas tendências de evoluçäo no tempo. Finalizando, recomendam-se linhas prioritárias, quanto a epidemiologia descritiva, analítica, aspectos metodológicos e pesquisas operacionais, ressaltando-se a importância de dados melhor elaborados em seu conjunto, para que se possa intervir de uma forma mais segura, numa dada realidade