RESUMO
Vários estudos buscam esclarecer a etiologia, diagnóstico e tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM) e a consequente dor orofacial, mas percebem-se ainda grandes controvérsias quando se trata do assunto. Estudos recentes comprovam que a quantidade de indivíduos que apresentam DTM é muito grande e acredita-se que muitos nem sabem que são portadores desta enfermidade. O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência de Disfunção Temporomandibular e sua associação com a maloclusão em dois serviços odontológicos da cidade de Feira de Santana, utilizando-se uma amostra de 167 pacientes. Foi aplicado um questionário anamnético preconizado por Fônseca et al.¹ para classificá-los como portadores de DTM leve, moderada ou severa. Nos pacientes incluídos nestas duas últimas categorias, foi verificada a existência de associação com até cinco tipos de maloclusão ressaltados por McNamara² como fatores etiológicos iniciadores e/ou perpetuadores desta patologia, que compreendem: (1) diferença de Relação Cêntrica para Máxima Intercuspidação Habitual maior que 4mm; (2) mordida cruzada unilateral posterior; (3) mordida aberta anterior; (4) sobremordida acentuada e (5) sobressaliência horizontal acentuada. Os resultados mostraram que 46% dos pacientes apresentaram-se sadios, 38% com DTM leve, 11% com DTM moderada e 5% com DTM severa; não foi identificada relação de causa e efeito entre os fatores oclusais e DTM, pois a frequência desses fatores nos pacientes com DTM foi pequena (40%) e a do grupo controle apresentou-se até mesmo maior (60%). Outros fatores sugerem ter relação mais específica com a DTM que os fatores oclusais e devem ser mais estudados