RESUMO
As flutuações nos níveis dos hormônios esteróides sexuais, ao longo da vida do ser humano, trazem modificações nos seus respectivos órgãos e/ou tecidos alvo. Esses hormônios, particularmente estrogênios e androgênios, exercem papéis determinantes no desenvolvimento anatômico da laringe e na fisiologia vocal. Na puberdade ocorre a diferenciação entre vozes de meninos e meninas sendo a voz uma característica sexual secundária. Estudos já documentaram a presença e, mais especificamente, a localização dos receptores dos hormônios esteróides sexuais na laringe, músculo vocal e tecidos mesenquimais. Assim, alterações nos níveis destes hormônios trarão conseqüências principalmente sobre o tecido conjuntivo das pregas vocais. Na mulher ocorre um agravamento da voz, conhecido como virilização, que acontece quando do tratamento com andrógenos ou com o hipoestrogenismo na menopausa. Nos homens, a falta de andrógenos faz com que a laringe e pregas vocais adquiram um padrão feminino, tornando as vozes agudas. Isto porque, qualquer alteração na massa vibratória influenciará o ciclo de abertura e fechamento das pregas vocais alterando o que por definição é a freqüência fundamental (FO). Esta é o reflexo das características biodinâmicas das pregas vocais e de sua integração com a pressão subglótica. Neste estudo, realizamos uma revisão bibliográfica sobre as alterações que a voz sofre quando submetida a flutuações nos níveis dos hormônios sexuais esteróides.