RESUMO
A microbiologia das amígdalas continua sendo assunto de muita discussäo. Este trabalho investiga a flora amigdaliana abrangendo-a em praticamente todas as situaçöes patogênicas e também normais. Foram colhidos swabs da superfície de amígdalas de 132 crianças normais (sem AR) em meses quentes (Q> (61 crianças) e frios (F) (71 crianças), de 64 crianças na fase aguda de amigdalite (AA) e de 76 com amigdalite recorrente (com AR, fora da fase aguda). Neste último grupo ainda foi realizado o estudo do core (interior) das amígdalas. Imediatamente após a coleta, o material era introduzido em meio específico e a cultura era realizada no máximo em 8 horas, seguindo padröes da microbiologia clínica. Como resultados, obtivemos uma alta prevalência de Streptococcus viridans nos três grupos. Entre o grupo Q e F foi notado que realmente existem diferenças sazonais, sendo Streptococcus viridans, Neisseria sp e enterobactérias mais freqüentes no grupo F. Comparando-se o grupo com AR e o sem AR vimos que Neisseria sp e enterobactérias säo mais freqüentes no sem AR. No grupo AA, Neisseria sp foi mais freqüente que no grupo normal (sem AR). Este trabalho é importante, pois traz a microbiologia das amígdaIas estudada de forma ampla, melhorando assim a interpretaçäo dos swabs e direcionando a um correto tratamento das afecçöes amigdalianas