RESUMO
O impacto do uso de agrotóxicos sobre a saúde humana é um problema que tem merecido atenção da comunidade científica em todo o mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento. Sua avaliação demanda o conhecimento e a visualização da importância/magnitude relativa de cada uma das vias de contaminação. Inúmeros fatores, tais como as dificuldades metodológicas relacionadas com o monitoramento da exposição ocupacional aos agrotóxicos, as elevadas taxas de subnotificação de casos, a não-consideração de determinantes sociais e econômicos na avaliação de riscos relacionados a estes agentes químicos e a influência da pressão da indústria produtora de agrotóxicos no perfil do consumo destes agentes no meio rural brasileiro. No presente trabalho discute-se a importância destes fatores como determinantes da situação de saúde do homem do campo, a partir dos resultados de pesquisas de campo realizadas em regiões agrícolas do Estado do Rio de Janeiro.
The impact of pesticides' use on human health is a problem that has deserved attention of the scientific community around world, especially in the developing countries. Its evaluation demands the knowledge and the visualization of the relative importance/magnitude of all the contamination routes. Innumerable factors, such as methodological difficulties related with the evaluation of occupational exposition to pesticides, the high taxes of cases subnotification, the non-consideration of the influence of social and economic determinants in risks assessment approaches and the influence of chemical industry pressure in the pesticides' consumption profile in Brazilian agricultural areas. The present work discusses the importance of these factors as determinants of rural workers health status, by analyzing the results of field researches performed in agricultural regions of Rio de Janeiro State.
RESUMO
OBJETIVO:Analisar os aspectos de comunicaçäo relacionados ao procedimento de uso de agrotóxicos em uma regiäo agrícola. MÉTODOS:O estudo foi realizado na regiäo da Microbacia do Córrego de Säo Lourenço, Estado do Rio de Janeiro. Baseia-se em triangulaçäo metodológica, utilizando: entrevistas semi-estruturadas e observaçöes de uma amostra da populaçäo residente na área de estudo (aproximadamente 600 habitantes); questionário elaborado para a caracterizaçäo do perfil da comunidade; e registro de palestras proferidas por agrônomos e outros profissionais do comércio e do poder público para a comunidade. RESULTADOS E DISCUSSAO:Desvelaram-se algumas questöes, como: o histórico de desinformaçäo na regiäo; a linguagem técnica empregada em açöes educativas e de treinamento, impossibilitando a apropriaçäo do conhecimento por parte do trabalhador rural; e a pressäo da indústria/comércio, que cria "necessidades" para legitimar a venda desses produtos, resultando num processo de comunicaçäo que realimenta a inserçäo desfavorável do homem do campo em uma economia de mercado mais ampla
Assuntos
Praguicidas , Trabalhadores Rurais , Comunicação , Educação em Saúde , Saúde Ocupacional , Uso de Praguicidas , Entrevistas como AssuntoRESUMO
Objetivo: A elevada utilização de agrotóxicos, sem os cuidados necessários, tem contribuído para a degradação ambiental e o aumento das intoxicações ocupacionais, sendo um dos principais problemas de saúde pública no meio rural brasileiro. O objetivo do trabalho é avaliar a exposição de um grupo de trabalhadores da área rural do Estado do Rio de Janeiro a agrotóxicos anticolinesterásicos, através das atividades da acetilcolinesterase eritrocitária (AChE) e da butirilcolinesterase plasmática (BChE), e o impacto de alguns indicadores socioeconômicos e de utilização de agrotóxicos sobre a contaminação humana. Métodos: Para a avaliação da exposição de 300 agricultores residentes em cinco comunidades do distrito de Magé, RJ, uma amostra aleatória de 55 trabalhadores foi selecionada e determinadas as atividades individuais de acetilcolinesterase eritrocitártia (AChE) e butirilcolinesterase plasmática (BChE). As atividades enzimáticas foram avaliadas segundo o método de Ellman modificado por Oliveira-Silva. Dados socioeconômicos e de utilização de agrotóxicos para cada trabalhador da amostra foram obtidos em entrevista estruturada. O possível papel dos indicadores socioeconômicos e de uso de agrotóxicos sobre o nível de contaminação dos trabalhadores foi estimado por análise de regressão linear múltipla, utilizando-se a atividade enzimática como variável dependente e os indicadores socioeconômicos e de uso de agrotóxicos como variáveis independentes. Resultados e Conclusões: Os dados obtidos mostraram resultados distintos em relação à incidência da exposição excessiva, de acordo com o indicador enzimático utilizado. No grupo de trabalhadores, 3,6 por cento (2) foram identificados pelos resultados de BChE e 41,8 por cento (23) pela AChE, sendo considerados intoxicados indivíduos com pelo menos um dos indicadores positivos. A avaliação desses dados frente aos indicadores socioeconômicos e de utilização de agrotóxicos, destaca a importância do nível de escolaridade sobre a prevalência das intoxicações. Para os demais determinantes estudados, nenhuma correlação significativa foi tão evidente