RESUMO
O presente estudo qualitativo objetivou compreender repercussões do assédio moral no trabalho e do processo de aposentadoria na dinâmica familiar, na perspectiva do casal. É um estudo de caso único, cuja esposa estava em fase de aposentadoria e vivenciando situação de assédio moral no trabalho. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas com o casal. Realizou-se análise de conteúdo categorial. Os resultados evidenciaram repercussões diretas do assédio moral no trabalho, nos aspectos físicos e emocionais da esposa e conflitos na família, o que demandou reorganizações e adaptações entre os subsistemas familiares. Conclui-se sobre a importância do reconhecimento das relações conjugais e familiares como estratégias de intervenção para o enfrentamento das situações de assédio, no contexto laboral, na fase de aposentadoria.
This qualitative study aimed to understand the repercussions of workplace bullying and the process of retirement on family dynamics, from the perspective of the couple. It is a single case study, in which the wife was retiring while experiencing workplace bullying. Data were collected through semi-structured interviews with the couple. Categorical content analysis was performed. Results showed direct repercussions of workplace bullying on the wife's physical and emotional condition and also caused conflicts in the family, which required a reorganization and adaptation of family subsystems. The conclusions indicate the importance of recognition of marital and family relations, as intervention strategies to cope with workplace bullying, in the labor context, in the retirement phase.
El objetivo de este estudio cualitativo fue comprender las repercusiones del acoso moral en el trabajo y del proceso de jubilación en la dinámica familiar, en la perspectiva de la pareja. Es un estudio de caso unico, cuya esposa estaba en fase de jubilación y vivenciando la situación de acoso moral en el trabajo. Los datos fueron recolectados con entrevistas semi-estructuradas con la pareja. Fue realizado análisis de contenido. Los resultados evidenciaron repercusiones directas del acoso moral en el trabajo, en los aspectos físicos y emocionales de la esposa y conflictos en la familia, lo que demandó reorganizaciones y adaptaciones entre los subsistemas familiares. Se concluye sobre la importancia del reconocimiento de las relaciones conyugales y familiares, como estrategias de intervención para el enfrentamiento de las situaciones de acoso, en el contexto laboral, en la fase de jubilación.
Assuntos
Humanos , Aposentadoria , Trabalho , Adaptação Psicológica , Relações Familiares , Bullying , Violência no TrabalhoRESUMO
Uma mãe e um filho adulto jovem buscaram atendimento psicológico em função dos conflitos existentes entre eles. Identificou-se uma estrutura familiar marcada pela fragilidade das fronteiras entre os subsistemas, destacando-se o distanciamento entre os pais e o emaranhamento mãe-filho. Evidenciava-se dificuldade no estabelecimento de limites no relacionamento e no ambiente físico em que viviam. Essa ausência de fronteiras claras pode dificultar o processo de individuação e a aquisição de autonomia. Realizaram-se atendimentos quinzenais, a partir do referencial relacional-sistêmico. Iniciou-se a psicoterapia com sessões conjuntas com mãe e filho, às quais se seguiram sessões individuais alternadas, com o objetivo de reforçar as fronteiras e a diferenciação entre eles, destacando-se perspectivas e projetos pessoais. Ambos demonstraram crescente capacidade para refletirem sobre si mesmos, sem recorrerem às queixas sobre o relacionamento e investindo em outros relacionamentos. Constatou-se que a terapia relacional-sistêmica pode contribuir para o reestabelecimento de possibilidades e desenvolvimento da autonomia.(AU)
A mother and a young adult son sought psychological counseling because of the conflicts between them. It was identified a family structure marked by the fragility of the subsystems boundaries, which was associated to a detachment between the parents and to the mother-child entanglement. Their difficulty in establishing relational and environmental boundaries was evident. This absence of clear boundaries can hinder the individuation and autonomy process. The family therapy was held fortnightly, using the relational-systemic referential. Psychotherapy began with joint sessions with mother and son, which were followed by alternated individual sessions with the objective of strengthening the boundaries and the differentiation between them. The therapists emphasized personal perspectives and projects. Both have shown growing ability to think about themselves without recurrently complain about the relationship and to invest in other relations. It was noted that systemic-relational therapy may contribute to the re-establishment of possibilities and to the autonomy development.(AU)