RESUMO
As principais enfermidades transmitidas ao homem por microorganismos, através da ingestão de moluscos bivalves não submetidos ao cozimento ou insuficientemente cozidos, podem ocorrer pela contaminação direta do produto através da água ou indiretamente, durante manipulação, armazenamento, transporte e/ou preparação para o consumo. Com base nesta informação, as amostras de mexilhões foram analisadas quanto aos seus teores de coliformes fecais e presença de Escherichia Coli como indicadores da influência do tempo de espera, à temperatura ambiente, entre o descarregamento no cais e o tratamento térmico (beneficiamento realizado na Unidade de Processamento de Mariscos na Associação Livre de Maricultores de Jurujuba - ALMARJ), para posterior comercialização no município de Niterói - Estado do Rio de Janeiro - Brasil. A metodologia empregada na enumeração, que está de acordo com HITCHINS et al. (1992) e com os padrões higiênicos-sanitários estabelecidos pela Portaria nº451 (BRASIL, 1997), em vigor na época da realização do trabalho e revogada em janeiro de 2001 pela espera na quantidade de coliformes fecais presentes nas amostras analizadas. Os resultados do Número Mais Provável de coliformes fecais por grama da amostra (NMP de CF/g) nos mexilhões recém-descarregados variaram de <0,48 log10 a >3,04 log10, e os valores relativos às amostras, após o tempo de espera de quatro horas à temperatura ambiente, variaram entre 0,60 log10 e 3,04 log10. Os resultados obtidos, após estudo estatístico, permitiram concluir que não houve influência significativa na variação de coliformes fecais quanto ao tempo de espera, sendo que em 56,67 porcento das amostras houve aumento no NMP de CF/g, em 40 porcento houve diminuição e em 3,33 porcento não houve alteração, não afastando, assim, a importância dos achados quanto ao risco de ocorrência de enfermidades transmitidas por esses microorganismos no consumo do produto analisado.
