RESUMO
Este estudo busca compreender os significados atribuídos por jovens em contextos de vulnerabilidade social aos seus percursos de vida. A pesquisa possui caráter qualitativo e foi realizada com cinco jovens que, em 2012, haviam participado de um documentário que abordava as experiências de vida de adolescentes de uma Escola Aberta. A partir dos relatos dos participantes e do caráter longitudinal deste estudo, constatou-se que as experiências de ingresso no mundo adulto marcadas por situações de violências, riscos, contextos excludentes e de vulnerabilidades dificultam a concretização de seus projetos e trazem particularidades para a vivência desse período de transições. Como considerações finais, salienta-se a importância de investimentos em ações que possam superar os atravessamentos das vulnerabilidades, como uma forma de evitar possíveis estigmas que fazem parte de determinados contextos. Ressalta-se a relevância do caráter longitudinal desta pesquisa, uma vez que, ao ter escutado esses jovens em dois momentos distintos, ampliaram-se as possibilidades de compreensão de seus percursos de vida.
This study seeks to understand the meanings attributed by young people in contexts of social vulnerability to their life paths. The research has a qualitative character and was carried out with five young people who, in 2012, had participated in a documentary that addressed the life experiences of adolescents at an Open School. From the report of the participants and the longitudinal character of this study, it was found that the experiences of entering the adult world marked by situations of violence, risks, exclusionary contexts and vulnerabilities hinder the implementation of their projects and bring particularities to the experience of this period of transitions. As final considerations, the importance of investments in actions that can overcome the crossings of vulnerabilities is highlighted, as a way to avoid possible stigmas that are part of certain contexts. The relevance of the longitudinal character of this research is emphasized, since, by having listened to the young people at two different moments, the possibilities of understanding their life paths were expanded.
Assuntos
Psicologia Social , Isolamento Social , Violência , Risco , Adolescente , VidaRESUMO
Este artigo aborda uma pesquisa qualitativa de caráter longitudinal, da qual participaram cinco jovens que foram alunos de uma Escola Aberta que protagonizaram um documentário, em 2012, no qual falaram sobre suas vivências. Depois de quatro anos, esses jovens foram contatados para a segunda etapa do estudo, realizada por meio de entrevistas semiestruturadas. Assim, objetiva-se compreender os atravessamentos do estilo "Vida Loka" nas suas trajetórias. Os resultados apontam elementos que parecem caracterizar a "Vida Loka": a violência, a linguagem própria, as relações conturbadas com a polícia. Ainda, os jovens manifestaram desejos e projetos de vida pertencentes a uma "Vida não Loka", referentes à estabilidade e à segurança, tais como constituir família e empregar-se. Destaca-se a "Vida Loka" como uma "inclusão social às avessas", bem como a importância do compromisso ético por parte dos profissionais e pesquisadores na compreensão de perspectivas mais reflexivas e menos excludentes.
This article addresses a qualitative research of longitudinal character, in which five youngsters who were from an Open School participated. They starred a documentary, in 2012, in which they talked about their experiences, and after four years they were contacted for the second stage of the study, carried out through semi-structured interviews. Thus, it aims to understand the crossings of the "Crazy Life" style in their trajectories. The results point to elements that seem to characterize the "Crazy Life": violence, own language, troubled relationship with police. Further more, the youngsters manifested desires and life projects belonging to a "non-Crazy Life", concerning stability and security, such as constituting family and being employed. The "Crazy Life" is highlighted as a "social inclusion in reverse", as well as the importance of the ethical commitment on the part of the professionals and researchers in understanding more reflective and less exclusive perspectives.
Este ensayo aborda una investigación cualitativa, longitudinal, cuyos participantes fueron cinco jóvenes ex alumnos de una Escola Aberta. Los jóvenes han protagonizado un documentario, en 2012, en que hablaron de sus experiencias, y, tras cuatro años, se volvió a contactarlos para la segunda etapa del estudio, realizada a través de entrevistas semiestructuradas. Así, el objetivo es comprenderlos a través amientos del estilo "Vida Loka" en sus trayectorias. Los resultados apuntan para elementos que suelen caracterizar la "Vida Loka": violencia, lenguaje propio, relaciones turbulentas con la policía. Además, los jóvenes manifiestan deseos y proyectos de vida pertenecientes a una "No Loka Vida", referentes a la estabilidad y seguridad, tales como fundar una familia y emplearse. Señala la "Vida Loka" como una "inclusión social al revés", así como la importancia del compromiso ético de profesionales e investigadores en la comprensión de perspectivas más reflexivas y menos excluyentes.