RESUMO
OBJECTIVE: to analyze the psychosocial implications arising from the COVID-19 pandemic, reported in online service, from the perspective of Michel Foucault's concepts of biopower, biopolitics and governmentality. METHOD: qualitative documental research, with analysis of medical records of users assisted in a therapeutic listening chat, between April and October 2020. RESULTS: the data were organized into two themes: Governmentality in the COVID-19 pandemic and the production of psychosocial implications of anxiety and fear and Discipline and subjection in the COVID-19 pandemic: subjectivities marked by sadness and anguish. The first demonstrates that the "art of governing" in Brazil produced instabilities and uncertainties that influenced the production of fear of contamination/death/and non-access to treatment and anxiety. In the second theme, we can see how disciplinary control and biopolitical regulation are combined. In Brazil, an extremely unequal country, subjectivity and subjectivities marked by anguish, feelings of discouragement and sadness have been produced. CONCLUSION: the exclusionary processes were deepened in the pandemic, with the exercise of a biopolitics that makes life precarious and produces psychological distress.
Assuntos
COVID-19 , Pandemias , Ansiedade , Emoções , Governo , HumanosRESUMO
Abstract Objective: to analyze the psychosocial implications arising from the COVID-19 pandemic, reported in online service, from the perspective of Michel Foucault's concepts of biopower, biopolitics and governmentality. Method: qualitative documental research, with analysis of medical records of users assisted in a therapeutic listening chat, between April and October 2020. Results: the data were organized into two themes: Governmentality in the COVID-19 pandemic and the production of psychosocial implications of anxiety and fear and Discipline and subjection in the COVID-19 pandemic: subjectivities marked by sadness and anguish. The first demonstrates that the "art of governing" in Brazil produced instabilities and uncertainties that influenced the production of fear of contamination/death/and non-access to treatment and anxiety. In the second theme, we can see how disciplinary control and biopolitical regulation are combined. In Brazil, an extremely unequal country, subjectivity and subjectivities marked by anguish, feelings of discouragement and sadness have been produced. Conclusion: the exclusionary processes were deepened in the pandemic, with the exercise of a biopolitics that makes life precarious and produces psychological distress.
RESUMEN Objetivo: analizar las implicaciones psicosociales derivadas de la pandemia de la COVID-19, relatadas en el servicio online, desde la perspectiva de los conceptos de biopoder, biopolítica y gubernamentalidad de Michel Foucault. Método: investigación documental cualitativa, con análisis de prontuarios de usuarios atendidos en chat de escucha terapéutica, entre abril y octubre de 2020. Resultados: los datos fueron organizados en dos temas: Gubernamentalidad en la pandemia de la COVID-19 y la producción de implicaciones psicosociales de la ansiedad y el miedo y Disciplinas y sujeciones en la pandemia de la COVID-19: subjetividades marcadas por la tristeza y la angustia. El primero demuestra que el "arte de gobernar" en Brasil produjo inestabilidades e incertidumbres que influyeron en la producción de miedo a la contaminación/muerte/y no acceso al tratamiento y ansiedad. En el segundo tema, podemos ver cómo se combinan el control disciplinario y la regulación biopolítica. En Brasil, país sumamente desigual, se han producido subjetividades y subjetividades marcadas por la angustia, sentimientos de desánimo y tristeza. Conclusión: los procesos de exclusión se profundizaron en la pandemia, con el ejercicio de una biopolítica que precariza la vida y produce sufrimiento psíquico.
RESUMO Objetivo: analisar as implicações psicossociais decorrentes da pandemia da COVID-19, relatadas em atendimento online, pela ótica dos conceitos de biopoder, biopolítica e de governamentalidade de Michel Foucault. Método: pesquisa qualitativa do tipo documental, com a análise dos registros de prontuários de usuários atendidos em um chat de escuta terapêutica, entre abril e outubro de 2020. Resultados: os dados foram organizados em duas temáticas: Governamentalidade na pandemia de COVID-19 e a produção de implicações psicossociais de ansiedade e medo e Disciplinarizações e sujeições na pandemia de COVID-19: subjetividades marcadas pela tristeza e angústia. A primeira demonstra que a "arte de governar" no Brasil produziu instabilidades e incertezas que influenciaram na produção do medo da contaminação/morte/e não acesso ao tratamento e ansiedade. Na segunda temática, percebe-se como o controle disciplinar e a regulamentação biopolítica se combinam. No Brasil, um país extremamente desigual, tem-se produzido sujeição e subjetividades marcadas pela angústia, sentimentos de desânimo e tristeza. Conclusão: os processos excludentes foram aprofundados na pandemia, com exercício de uma biopolítica que precariza a vida e produz sofrimento psíquico.
Assuntos
Saúde Mental , COVID-19 , Consulta RemotaRESUMO
The scope of this study was to investigate the prevalence of psychotropic drug use and its association with the overburden felt by family caregivers of Psychosocial Care Center users. This is a cross-sectional study performed with 537 family caregivers in the 21st Health Region of the State of Rio Grande do Sul. The prevalence of psychotropic drug use was calculated with a 95% confidence interval (95%CI) and the heterogeneity tests were performed between the strata of each independent variable. The association between psychotropic drug use and overburden was tested using Poisson regression with the calculation of the adjusted prevalence ratios. The prevalence of psychotropic drug use was 30%, with higher consumption among women (40%), individuals aged 41 -50 years (42.06%), with 5 to 8 years of schooling (37.57%), with income between 0.5 and 1 minimum wage per capita (34.43%), individuals who did not share caregiving duties (35.53%) and those who cared for patients with a major degree of independence (36.67%). The overburden felt was in direct relationship with the outcome, namely the higher the level of overburden the greater the prevalence of psychotropic drug use, reaching 60.1% at the highest level and remaining strongly associated with the outcome even in the adjusted analysis.
O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de uso de psicotrópicos e sua associação com o sentimento de sobrecarga entre familiares cuidadores de usuários de Centros de Atenção Psicossocial. Trata-se de um estudo transversal, conduzido com 537 familiares da 21ª Região de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul. A prevalência de uso de psicotrópicos foi calculada com estimativa do intervalo de confiança (IC95%) e foram conduzidos testes de heterogeneidade entre os estratos de cada variável independente. Associação entre o desfecho e o sentimento de sobrecarga foi testada por meio de regressão de Poisson com o cálculo das razões de prevalência ajustadas. A prevalência do uso de psicotrópicos foi de 30%, havendo maior consumo entre mulheres (40%), indivíduos entre 41 e 50 anos (42,06%), com escolaridade entre 5 a 8 anos de estudo (37,57%), renda entre 0,5 a 1 salário mínimo per capita (34,43%), indivíduos que não compartilhava as ações do cuidado (35,53%) e indivíduos que assistiam pacientes com maior grau de independência (36,67%). Sentimento de sobrecarga apresentou relação dose resposta com o desfecho no sentido de que quanto maior o grau de sobrecarga, maior a prevalência do uso de psicotrópicos, chegando a 60,1% no estrato mais elevado e permanecendo fortemente associada ao desfecho mesmo na análise ajustada.
Assuntos
Cuidadores , Reabilitação Psiquiátrica , Brasil , Estudos Transversais , Feminino , Humanos , Prevalência , PsicotrópicosRESUMO
Resumo O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de uso de psicotrópicos e sua associação com o sentimento de sobrecarga entre familiares cuidadores de usuários de Centros de Atenção Psicossocial. Trata-se de um estudo transversal, conduzido com 537 familiares da 21ª Região de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul. A prevalência de uso de psicotrópicos foi calculada com estimativa do intervalo de confiança (IC95%) e foram conduzidos testes de heterogeneidade entre os estratos de cada variável independente. Associação entre o desfecho e o sentimento de sobrecarga foi testada por meio de regressão de Poisson com o cálculo das razões de prevalência ajustadas. A prevalência do uso de psicotrópicos foi de 30%, havendo maior consumo entre mulheres (40%), indivíduos entre 41 e 50 anos (42,06%), com escolaridade entre 5 a 8 anos de estudo (37,57%), renda entre 0,5 a 1 salário mínimo per capita (34,43%), indivíduos que não compartilhava as ações do cuidado (35,53%) e indivíduos que assistiam pacientes com maior grau de independência (36,67%). Sentimento de sobrecarga apresentou relação dose resposta com o desfecho no sentido de que quanto maior o grau de sobrecarga, maior a prevalência do uso de psicotrópicos, chegando a 60,1% no estrato mais elevado e permanecendo fortemente associada ao desfecho mesmo na análise ajustada.
Abstract The scope of this study was to investigate the prevalence of psychotropic drug use and its association with the overburden felt by family caregivers of Psychosocial Care Center users. This is a cross-sectional study performed with 537 family caregivers in the 21st Health Region of the State of Rio Grande do Sul. The prevalence of psychotropic drug use was calculated with a 95% confidence interval (95%CI) and the heterogeneity tests were performed between the strata of each independent variable. The association between psychotropic drug use and overburden was tested using Poisson regression with the calculation of the adjusted prevalence ratios. The prevalence of psychotropic drug use was 30%, with higher consumption among women (40%), individuals aged 41 -50 years (42.06%), with 5 to 8 years of schooling (37.57%), with income between 0.5 and 1 minimum wage per capita (34.43%), individuals who did not share caregiving duties (35.53%) and those who cared for patients with a major degree of independence (36.67%). The overburden felt was in direct relationship with the outcome, namely the higher the level of overburden the greater the prevalence of psychotropic drug use, reaching 60.1% at the highest level and remaining strongly associated with the outcome even in the adjusted analysis.
Assuntos
Humanos , Feminino , Cuidadores , Reabilitação Psiquiátrica , Psicotrópicos , Brasil , Prevalência , Estudos TransversaisRESUMO
Resumo Introdução A interface do gênero enquanto importante categoria no âmbito da saúde mental ainda é incipiente, ocasionando uma reificação de práticas que reproduzem desigualdades e assimetrias entre homens e mulheres cuidadores/as no contexto da atenção em saúde mental no Brasil. Objetivo Discutir como o gênero tem marcado as práticas de cuidado desempenhadas pelas famílias, por meio da identificação de diferenças quanto ao perfil sociodemográfico, ao desenvolvimento das atividades de cuidado e às suas repercussões na vida dos familiares de acordo com o sexo dos indivíduos. Método Estudo transversal conduzido com 1.242 familiares de usuários/as de Centros de Atenção Psicossocial. Verificou-se a prevalência de cada estrato das variáveis de acordo com o sexo dos indivíduos estudados utilizando o teste qui-quadrado para heterogeneidade. Resultados Aspectos, como ausência da divisão da atividade de cuidado, sentimento de sobrecarga, avaliação ruim da qualidade de vida, insatisfação com as relações familiares e manifestação de transtornos psiquiátricos menores, foram mais prevalentemente encontrados entre as mulheres. Conclusão Há diferenças importantes entre homens e mulheres cuidadores/as em saúde mental, em especial no que diz respeito às repercussões do cuidado na vida dessas pessoas.
Abstract Background The gender interface as an important category in the field of mental health is still incipient. This results in the reification of practices that reproduce inequalities and asymmetries between men and women caregivers in the context of psychiatric care in Brazil. Objective To discuss how gender has marked care practices performed by families through the identification of differences in socio-demographic profile, development of care activities and their repercussions on the family's life according to the sex of the individuals. Method A cross-sectional study with 1242 relatives of users of Psychosocial Care Centers. We verified the prevalence of each variable stratum according to the sex of the individuals studied using chi-square test for heterogeneity. Results Aspects such as absence of the division of care activity, feeling of overload, poor quality of life, dissatisfaction with family relationships, and manifestation of minor psychiatric disorders were more prevalent among the women accessed. Conclusion There are important differences between men and women caregivers in mental health, especially regarding the repercussions of care on the lives of these people.