RESUMO
The article analyzes the influenza epidemic in 1918 in Diamantina, a town in the Brazilian state of Minas Gerais. Bibliographic and documental sources are used to investigate the influence of the Vitória-Minas railroad (Estrada de Ferro Vitória a Minas), opened in 1914, on the arrival of the disease in the town, which had until then been represented in the discourse of its elites as insalubrious and isolated. The interrelations between the spread of transportation systems across Brazil, the environment, scientific knowledge, and health-disease processes are discussed.
O artigo analisa a epidemia de gripe de 1918 em Diamantina, no interior de Minas Gerais. A partir de fontes bibliográficas e documentais, discute como o ramal ferroviário da Estrada de Ferro Vitória a Minas, inaugurado em 1914, contribuiu para a chegada da doença à cidade que, até então, era representada no discurso de suas elites como isolada e salubre. Aborda as imbricadas relações entre a expansão dos sistemas de transportes pelo interior do Brasil, o meio ambiente, o conhecimento científico e os processos saúde/doença.
Assuntos
Epidemias , Influenza Humana , Humanos , Influenza Humana/epidemiologia , Brasil/epidemiologiaRESUMO
Resumo O artigo analisa a epidemia de gripe de 1918 em Diamantina, no interior de Minas Gerais. A partir de fontes bibliográficas e documentais, discute como o ramal ferroviário da Estrada de Ferro Vitória a Minas, inaugurado em 1914, contribuiu para a chegada da doença à cidade que, até então, era representada no discurso de suas elites como isolada e salubre. Aborda as imbricadas relações entre a expansão dos sistemas de transportes pelo interior do Brasil, o meio ambiente, o conhecimento científico e os processos saúde/doença.
Abstract The article analyzes the influenza epidemic in 1918 in Diamantina, a town in the Brazilian state of Minas Gerais. Bibliographic and documental sources are used to investigate the influence of the Vitória-Minas railroad (Estrada de Ferro Vitória a Minas), opened in 1914, on the arrival of the disease in the town, which had until then been represented in the discourse of its elites as insalubrious and isolated. The interrelations between the spread of transportation systems across Brazil, the environment, scientific knowledge, and health-disease processes are discussed.
Assuntos
Ferrovias , Processo Saúde-Doença , Doenças Transmissíveis/história , Epidemias , Influenza Pandêmica, 1918-1919 , Brasil , História do Século XXRESUMO
Analisa as ideias, os debates e ações em torno da construção do ramal ferroviário de Diamantina sob administração da Estrada de Ferro Vitória a Minas e seus impactos. A questão central é entender de que forma as elites de Diamantina,d e Minas Gerais e da Capital Federal discutiram o tema do abandono do Norte de Minas e das possibilidades de sua integração aos centros econômicos do Brasil. Para essas elites, o isolamento e o traçado essencialmente colonial de Diamantina e a condição de sertão atribuída ao Norte de Minas eram empecilhos à sua incorporação ao Brasil e ao mundo moderno. As elites diamantinenses, com o auxílio da imprensa local, instrumentalizaram o discurso de isolamento regional a fim de angariarem aliados para a perspectiva de que a ferrovia seria o caminho mais rápido e eficaz para promover a integração do Norte de Minas e corrigir o descompasso entre se peso político e sua relevância econômica vis-à-vis outras regiões de Minas Gerais. O recorte cronológico da dissertação abarca os anos de 1902 e 1922. Isto é, da assinatura dos primeiros contratos da Estrada de Ferro Vitória a Minas ao ano em que ocorrei a encampação do ramal pela Estrada de Ferro Central do Brasil. A dissertação trata de transformações importantes que ocorreram a partir da construção e inauguração plena da linha de Diamantina em 1914. A modernização chegava àquele sertão pelos trilhos percebidos como solução para o diagnóstico de atraso e isolamento. Contudo os trens trouxeram mudanças ambientais e problemas de saúde pública como a chegada em fins de 1918, da epidemia de gripe espanhola. A mais rápida comunicação entre Diamantina e outros centros como Belo Horizonte e Rio de Janeiro favoreceu a propagação da doença nas localidades situadas no trajeto do trem. Nos trilhos do almejado progresso vieram também os seus incômodos parceiros: devastação da natureza e doenças.(AU)