RESUMO
Na presente investigaçäo estudaram-se os acidentes típicos de trabalho, entre profissionais e ocupacionais que trabalham em um hospital, dentro da realidade nacional. A partir dos dados obtidos, identificou-se a incidência e o tipo de acidentes típicos de trabalho que foram notificados, ocorridos em um hospita-escola de grande porte e estudaram-se alguns fatores biológicos, sócio-econômicos e ligados à profissäo que poderiam estar associados aos acidentes típicos de trabalho. Durante seis meses consecutivos, diariamente, foi consultado o registro do Serviço de Assistência Médica e Social do pessoal do hospital de grande porte em estudo e foram identificados os profissionais e ocupacionais de enfermagem que se acidentaram. Os mesmos foram entrevistados em seus locais de trabalho ou no domicílio, se afastados de sua atividade. Os dados coletados foram analisados tendo em vista a ocorrência dos acidentes típicos de trabalho e as variáveis biológicas (sexo, idade, fase do ciclo menstrual, gravidez e aleitamento materno), sócio econômicas (estado civil, renda e escolaridade) e profissionais (categoria profissional-ocupacional, plantäo, duplicidade de emprego, período do turno em que ocorreu o acidente, unidade onde trabalha, horário, intervalo de repouso, há quantos dias foi a última folga, o dia da semana em que ocorreu o evento). O total de indivíduos expostos foi de 1392 e destes, 48(3,44%) profissionais de enfermagem se acidentaram, com a seguinte distribuiçäo: 21 atendentes de enfermagem, 16 auxiliares de enfermagem, 02 técnicos de enfermagem, e 08 enfermeiros. Os acidentes apresentaram a seguinte distribuiçäo: perfuraçäo 17 (35%), contusäo 11 (23%), corte 09 (19%), contaminaçäo 03 (6%) e outros 08 (17%). A regiäo do corpo mais atingida foi o membro superior-dedo (54%). A central de material e as unidades de internaçäo de cirurgia foram os locais onde o pessoal mais se acidentou (33% do total acidentes). Das variáveis estudadas, o turno de trabalho manhä e o dia da última folga (quanto mais próximo, maior o percentual) parecem ter sido as mais relevantes. Os autores concluem que, na presente amostra, a desatençäo (descuido) foi mais relevante que a fadiga, como determinante da ocorrência do acidente