RESUMO
Abstract: We evaluated the hypothesis of an association between excess mortality and political partisanship in Brazil using municipal death certificates registered in the Brazilian Ministry of Health database and first-round electoral results of Presidential elections in 2018 and 2022. Considering the former Brazilian President's stance of discrediting and neglecting the severity of the pandemic, we expect a possible relationship between excessive mortality rates during the COVID-19 health crisis and the number of municipal votes for Bolsonaro. Our results showed that, in both elections, the first-round percentage of municipal votes for Bolsonaro was positively associated with the peaks of excess deaths across Brazilian municipalities in 2020 and 2021. Despite the excess mortality during the pandemic, the political loyalty to Bolsonaro remained the same during the electoral period of 2022. A possible explanation for this is linked to the Brazilian political scenario, which presents an environment of tribal politics and affective polarization.
Resumo: Usando dados municipais em declarações de óbito registrados no Ministério da Saúde e resultados eleitorais do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 e 2022, avaliamos a hipótese de que há associação entre excesso de mortalidade e partidarismo político no Brasil. Dada a postura do ex-presidente brasileiro de desacreditar e negligenciar a gravidade da pandemia, esperamos que haja possivelmente uma relação entre as taxas excessivas de mortalidade durante a crise sanitária da COVID-19 e o número de votos municipais para Bolsonaro. Nossos resultados mostraram que, em ambas as eleições, o percentual de votos municipais no primeiro turno para Bolsonaro foi positivamente associado aos picos de excesso de mortes nos municípios brasileiros em 2020 e 2021. Mesmo com o excesso de mortalidade durante a pandemia, a lealdade política de Bolsonaro não diminuiu durante o segundo período eleitoral em 2022. Uma possível explicação para isso está ligada ao cenário político brasileiro, que vive um ambiente de política tribal e polarização afetiva.
Resumen: A partir de datos municipales sobre certificados de defunción registrados en el Ministerio de Salud de Brasil y de los resultados electorales de la primera vuelta de las elecciones presidenciales de 2018 y 2022, se evaluó si existe una asociación entre el exceso de mortalidad y el partidismo político en Brasil. Ante la postura del ex presidente brasileño de desacreditar y desatender la gravedad de la pandemia, probablemente exista una relación entre las altas tasas de mortalidad durante la crisis de salud del COVID-19 y el número de votos municipales para Bolsonaro. Los resultados demostraron que, en ambas elecciones, el porcentaje de votos municipales en la primera vuelta para Bolsonaro estuvo asociado positivamente con los picos de alta de muertes en los municipios brasileños para el período 2020-2021. Incluso con la alta mortalidad durante la pandemia, la lealtad política de Bolsonaro no disminuyó durante el segundo período electoral en 2022. Una de las posibles explicaciones es que esto se vincula al escenario político brasileño, que vive una política tribal y polarización afectiva.
RESUMO
ABSTRACT Objective To investigate excess mortality during the COVID-19 pandemic and its spatial distribution in Pernambuco, Brazil. Methods This was an ecological, descriptive and analytical study of deaths, by municipality, recorded on the Mortality Information System, in 2020 and 2021. Excess mortality was measured by comparing observed and expected deaths, the latter estimated by calculating standardized mortality ratio (SMR). SMR and respective confidence intervals (95%CI) were calculated. Spatial analysis was performed by calculating the Global and Local Moran Index. Results Excess mortality was 20.6% and 27.5%, respectively, in 2020 and 2021, with positive spatial correlation (p-value < 0.05). More populous municipalities (2020: SMR = 1.26; 95%CI 1.24;1.27 and 2021: SMR = 1.34; 95%CI 1.32;1.34), more developed municipalities (2020: SMR = 1.43; 95%CI 1.41;1.44 and 2021: SMR = 1.51;95%CI 1.50;1.53) and municipalities in the Sertão region (2020:SMR = 1.31;95%CI 1.30;1.33 and 2021: SMR = 1.44; 95%CI 1.42;1.46) showed greater excess deaths. Conclusion Excess mortality coincided with peak periods of COVID-19 transmission.
RESUMEN Objetivo Investigar el exceso de mortalidad durante la pandemia de Covid-19 y su distribución espacial en Pernambuco. Métodos Estudio ecológico, descriptivo y analítico de las defunciones, por municipio, registradas en el Sistema de Información de Mortalidad, en 2020 y 2021. El exceso de mortalidad se midió comparando las defunciones observadas y esperadas, estimada por tasas de mortalidad estandarizadas. Se calcularon la SMR y los respectivos intervalos de confianza (IC95%). El análisis espacial se realizó mediante el cálculo del Índice de Moran Global y Local. Resultados Hubo un exceso de mortalidad del 20,6% y 27,5%, respectivamente, en 2020 y 2021, y una correlación espacial positiva (valor p < 0,05). Municipios más poblados (2020: SMR = 1,26; IC95%: 1,24;1,27 y 2021: SMR = 1,34; IC95%: 1,32;1,34), más desarrollados (2020: SMR = 1,43; IC95%: 1,41;1,44 y 2021: SMR = 1,51; IC95%: 1,50;1,53) y Sertão (2020:SMR = 1,31;IC95%: 1,30;1,33 y 2021: SMR = 1,44; IC95%: 1,42;1,46) presentaron mayor exceso fallecidos. Conclusión El exceso de mortalidad coincidió con períodos pico de transmisión de Covid-19.
RESUMO Objetivo Investigar o excesso de mortalidade na pandemia de covid-19 e sua distribuição espacial no estado de Pernambuco. Métodos Estudo ecológico, descritivo e analítico dos óbitos, por município, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade, em 2020 e 2021. O excesso de mortalidade foi mensurado comparando-se os óbitos observados e esperados, este último estimado pelo cálculo das taxas de mortalidade padronizadas. Foram calculados a standardized mortality ratio (SMR) e os respectivos intervalos de confiança (IC95%). A análise espacial foi realizada pelo cálculo do Índice de Moran Global e Local. Resultados Verificou-se excesso de mortalidade de 20,6% e de 27,5%, respectivamente, em 2020 e 2021, e correlação espacial positiva (p-valor < 0,05). Municípios mais populosos (2020: SMR = 1,26; IC95% 1,24;1,27 e 2021: SMR = 1,34; IC95% 1,32;1,34), mais desenvolvidos (2020: SMR = 1,43; IC95% 1,41;1,44 e 2021: SMR = 1,51; IC95% 1,50;1,53) e do Sertão (2020: SMR = 1,31; IC95% 1,30;1,33 e 2021: SMR = 1,44; IC95% 1,42;1,46) apresentaram maior excesso de mortes. Conclusão O excesso de mortalidade coincidiu com os períodos de pico de transmissão da covid-19.
RESUMO
Abstract Objectives: to describe the effects of the Covid-19 pandemic on maternal mortality in Brazil in 2021. Methods: it is an exploratory study with description of the excess maternal mortality in Brazil for 2021, considering different scenarios: (i) 2015-2019 linear trend; (ii) 2020 observed number of deaths; (iii) 2015-2019 linear trend corrected for general mortality excess; (iv) 2020 observed number of deaths corrected for general mortality excess. Results: compared to the trend of the previous five years, the year 2021 showed an excess mortality of 39% (n=3030). The maternal mortality ratio for 2021 drastically exceeded the SDG target for this indicator, reaching approximately 110 maternal deaths per 100,000 live births. In any scenario described, there will be excess maternal mortality in 2021 higher than general mortality and higher than level presented in 2020. Analysis stratified by region demonstrates subnational heterogeneity. Conclusion: Covid-19 pandemic had a considerable impact on maternal health, not only by leading to increased deaths but also by increasing social health inequality. The year 2021 was the most critical period of the pandemic regarding the magnitude of mortality. Barriers to accessing and using essential health services are challenging to achieving health-related Sustainable Development Goals.
Resumo Objetivos: analisar os efeitos da pandemia da Covid-19 na mortalidade materna no Brasil em 2021. Métodos: realizou-se estudo exploratório com descrição do excesso de mortalidade materna no Brasil para 2021, considerando diferentes cenários: (i) tendência linear 2015-2019; (ii) número de óbitos observados em 2020; (iii) tendência linear 2015-2019 corrigida para excesso de mortalidade geral; (iv) número de óbitos observados em 2020 corrigido pelo excesso de mortalidade geral. Resultados: em comparação com a tendência dos cinco anos anteriores, o ano de 2021 apresentou excesso de mortalidade de 39% (n=3030). A razãode mortalidade materna para 2021 ultrapassou a meta dos ODS para este indicador, atingindo um nível superior a 110 mortes maternas por cem mil nascidos vivos. Em qualquer cenário, houve excesso de mortalidade materna em 2021 superior à mortalidade geral em 2020. A análise estratificada por região demonstra heterogeneidade subnacional. Conclusão: a pandemia da Covid-19 teve impacto considerável na saúde materna, não só por levar ao aumento de mortes, mas também por aumentar a iniquidade em saúde. O ano de 2021 foi o período mais crítico da pandemia em termos de mortalidade. Barreiras ao acesso e uso de serviços de saúde são um desafio para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados à saúde.
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Mortalidade Materna , Morte Materna/estatística & dados numéricos , COVID-19/epidemiologia , Tocologia , Brasil/epidemiologia , Determinantes Sociais da Saúde , Desigualdades de SaúdeRESUMO
Objetivo: estimar o excesso de óbitos durante a pandemia de covid-19 em Santa Catarina e suas macrorregiões, Brasil, 2020-2021. Métodos: estudo ecológico, com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade; o excesso de óbitos em adultos foi calculado pela diferença entre óbitos observados e óbitos esperados, considerando-se a média das mortes ocorridas entre 2015 e 2019; foram analisadas as variáveis "macrorregião de residência", "trimestre", "mês", "sexo" e "faixa etária"; os dados foram analisados descritivamente. Resultados: excesso de 6.315 óbitos em 2020 e de 17.391 em 2021, majoritariamente no sexo masculino (57,4%) e nas idades acima de 60 anos (74,0%); as macrorregiões e períodos com maior excedente foram aqueles com mais mortes por covid-19; o maior excesso ocorreu em março de 2021 (n = 4.207), com queda progressiva até o final do ano. Conclusão: houve excesso de óbitos em Santa Catarina e todas as suas macrorregiões durante a pandemia de covid-19.
Objective: to estimate excess deaths during the COVID-19 pandemic in the state of Santa Catarina and its macro-regions, Brazil, 2020-2021. Methods: this was an ecological study, using data from the Mortality Information System; excess deaths in adults were calculated by the difference between the observed number of deaths and expected number of deaths, taking into account the average of deaths that occurred between 2015 and 2019; the variables "macro-region of residence", "quarter", "month", "sex" and "age group" were analyzed; data were analyzed in a descriptive manner. Results: a total of 6,315 excess deaths in 2020 and 17,391 in 2021, mostly in males (57.4%) and those aged 60 years and older (74.0%); macro-regions and periods with the greatest excess deaths were those in which there were most deaths due to COVID-19; the greatest excess deaths occurred in March 2021 (n = 4,207), with a progressive decrease until the end of the year. Conclusion: there were excess deaths in the state of Santa Catarina and in all its macro-regions during the COVID-19 pandemic.
Objetivo: estimar el exceso de muertes en Santa Catarina y macrorregiones durante la pandemia de COVID-19, en los años 2020 y 2021. Métodos: estudio ecológico utilizando Sistema de Información de Mortalidad. El exceso de defunciones en adultos se calculó por la diferencia entre defunciones observadas y esperadas, considerando el promedio de defunciones entre 2015 y 2019. Las variables analizadas fueron: macrorregión de residencia, trimestre, mes, sexo y grupo de edad. Los datos se analizaron descriptivamente. Resultados: el exceso fue de 6.315 defunciones en 2020 y 17.391 en 2021, mayor en varones (57,4%) y mayores de 60 años (74,0%). Las macrorregiones y periodos con mayor superávit fueron los que registraron más muertes por COVID-19. El mayor exceso de muertes ocurrió en marzo de 2021 (n=4.207), con una disminución progresiva hasta el final del año. Conclusión: hubo exceso de muertes en Santa Catarina y en todas macrorregiones durante la pandemia de COVID-19.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Pandemias/estatística & dados numéricos , COVID-19/mortalidade , Brasil/epidemiologia , Epidemiologia Descritiva , Monitoramento EpidemiológicoRESUMO
O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia de COVID-19. O alto número de casos de COVID19 pressionou o sistema de saúde e exigiu uma reorganização na assistência à saúde e no modo de vida das pessoas. Num país desigual, a pandemia não afeta de forma igual todos os grupos populacionais. Negros e indígenas acumulam os efeitos mais deletérios da pandemia, pois se encontram em condições vulnerabilizantes na sociedade. Nesse sentido, é importante compreender o efeito da pandemia na mortalidade da população, principalmente para as outras morbidades que não a COVID19. Objetivo: Identificar o excesso de mortalidade e suas principais causas na população adulta de Franco da Rocha (20 a 59 anos), nos anos de 2020 e 2021, quando comparados a 2019, considerando o quesito raça/cor. Metodologia: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo a partir de dados secundários sobre mortalidade extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS). Resultados: Foram analisados 798 óbitos da população adulta 30,73% do total de óbitos registrados no município. Notou-se que houve excesso de mortalidade em 4 meses no ano de 2020 e em 4 meses dos 6 meses analisados em 2021 quando comparados a 2019. A população branca apresenta uma redução nas suas taxas de mortalidade no período enquanto a população preta apresentou as taxas de mortalidade mais elevadas em todo período. Os dados demonstram que a diferença entre as taxas de mortalidade da população preta e parda em relação a população branca se amplia nos anos de 2020 e 2021. Dentre as principais causas de óbito, os capítulos XX. Causas externas de morbidade e mortalidade e XXII. Códigos para propósitos especiais foram comuns aos três grupos populacionais. Ao todo a população branca apresentou excesso de moratalidade em 5 capítulos, a população preta em 8 e a população parda 10. Conclusão: As diferenças entre as taxas de mortalidade da população branca, preta e parda e nas causas de óbito que apresentaram excesso de mortalidade demonstra a necessidade de debateras condições vulnerabilizantes da população e o racismo como um determinante social que impacta diretamente no processo saúde-doença.
Assuntos
População , Mortalidade , Adulto , COVID-19 , Cidades , População NegraRESUMO
Introdução: A pandemia de Covid-19 no Brasil se consolida como um fenômeno cada vez mais complexo à medida que seu curso avança. Nesse sentido, um dos segmentos populacionais mais afetados desde o início dos casos de infecção pelo novo coronavírus são os idosos. O envelhecimento populacional acontece de forma heterogênea e apresenta diversas nuances que estão relacionadas aos determinantes sociais de saúde, que impactam diretamente nos dados de mortalidade nessa faixa etária, sobretudo no período pandêmico, com todas suas particularidades. Objetivo: Analisar o impacto direto e indireto da pandemia de Covid-19 no excesso de mortalidade em idosos residentes em Franco da Rocha SP, comparando a mortalidade em idosos no ano de 2019 com os anos de 2020 e 2021. Metodologia O modelo de estudo epidemiológico descritivo foi considerado o mais apropriado para investigar a temática em questão, para isso, coletados dados secundários disponíveis no Sistema de Informação em Mortalidade (SIM-SUS). Foram comparados os dados de mortalidade da população maior de 60 anos de idade no município de Franco da Rocha SP entre janeiro de 2019 e julho de 2021. Resultados e Discussão: Os resultados apontam a presença de excesso de mortalidade por causas básicas específicas nos anos de 2020 e no primeiro semestre de 2021 quando se exclui os óbitos por Covid-19, com impacto substancialmente maior nos segmentos raciais de raça/cor preta e parda, onde os óbitos são oito e seis vezes maior do que em brancos, respectivamente. Conclusão: Conclui-se que entre os idosos pretos e pardos, a precarização dos aspectos socioeconômicos tem impacto ainda maior nas condições de saúde. O município vivencia um momento de complexidade em lidar com doenças crônicas presentes na população idosa, no que diz respeito aos atendimentos de demandas que se concluem em óbitos.
Assuntos
Mortalidade , Assistência Integral à Saúde , COVID-19 , Disparidades nos Níveis de SaúdeRESUMO
RESUMEN Objetivo. Estimar el impacto de la pandemia de la COVID-19 durante el año 2020, a través del exceso de mortalidad por todas las causas y los años potenciales de vida laboral perdidos en la población en edad de trabajar, de una selección de países latinoamericanos y el Caribe. Métodos. Estudio basado en datos de defunciones por todas las causas entre 15 y 69 años, procedentes principalmente de los Institutos Nacionales de Estadísticas. Se estimaron defunciones esperadas a partir de las registradas entre 2015 y 2019. El exceso de mortalidad fue estimado a través del indicador P, la razón de mortalidad estandarizada (RME) y los años potenciales de vida laboral perdidos (AVLP) hasta los 70 años. Resultados. El exceso de defunciones en Brasil, Bolivia, Chile, Colombia, Costa Rica, Cuba, México, Perú y República Dominicana sumó 426 978 (279 591 en hombres y 147 438 en mujeres), lo que representó una pérdida de 5 710 048 (3 738 775 en hombres y 1 971 273 en mujeres) de APVLP. La mortalidad observada fue significativamente superior a la esperada en todos los países, menos República Dominicana. Conclusiones. El impacto de la COVID-19 en la población en edad de trabajar tendrá un impacto profundo en la situación socioeconómica. El recuento oportuno del exceso de muertes resulta útil y puede ser usado como un sistema de alerta temprana para monitorizar la magnitud de los brotes de COVID-19. La monitorización del exceso de mortalidad en personas en edad de trabajar, realizada por el Observatorio Iberoamericano de Seguridad y Salud en el Trabajo permite evaluar con mayor exactitud la carga social y económica de la COVID-19.
ABSTRACT Objective. Estimate the impact of the COVID-19 pandemic in 2020, through excess all-cause mortality and potential years of productive life lost (YPLL) in the working-age population, in selected Latin American and Caribbean countries. Methods. Study based on data on deaths from all causes from age 15 to 69 years, mainly from national institutes of statistics. Estimates of expected deaths were based on reported deaths from 2015 to 2019. Excess mortality was estimated using the P indicator, standardized mortality ratio (SMR), and potential YPLL up to age 70 years. Results. Excess deaths in Brazil, Bolivia, Chile, Colombia, Costa Rica, Cuba, the Dominican Republic, Mexico, and Peru totaled 426 978 (279 591 men and 147 438 women), representing a potential loss of 5 710 048 (3 738 775 in men and 1 971 273 in women) years of productive life. Observed mortality was significantly higher than expected in all countries except the Dominican Republic. Conclusions. COVID-19 in the working-age population will have a profound impact on socio-economic conditions. Timely counting of excess deaths is useful and can be used as an early warning system to monitor the magnitude of COVID-19 outbreaks. Monitoring of excess mortality in working-age people by the Ibero-American Observatory on Safety and Health at Work enables more accurate assessment of the social and economic burden of COVID-19.
RESUMO Objetivo. Estimar o impacto da pandemia de COVID-19 durante o ano de 2020, por meio do excesso de mortalidade por todas as causas e dos anos produtivos de vida perdidos (APrVP) na população em idade ativa, em uma seleção de países da América Latina e do Caribe. Métodos. Estudo baseado em dados de óbitos por todas as causas entre 15 e 69 anos, principalmente dos Institutos Nacionais de Estatística. Os óbitos esperados foram estimados a partir daqueles registrados entre 2015 e 2019. O excesso de mortalidade foi estimado por meio do indicador P, da razão de mortalidade padronizada (RMP) e dos APrVP até os 70 anos. Resultados. O excesso de óbitos no Brasil, na Bolívia, no Chile, na Colômbia, na Costa Rica, em Cuba, no México, no Peru e na República Dominicana totalizou 426 978 (279 591 em homens e 147 438 em mulheres), o que representou uma perda de 5 710 048 (3 738 775 em homens e 1 971 273 em mulheres) APrVP. A mortalidade observada foi significativamente maior do que o esperado em todos os países, exceto na República Dominicana. Conclusões. O impacto da COVID-19 na população em idade ativa terá um impacto profundo na situação socioeconómica. O cálculo oportuno do excesso de mortes é útil e pode ser usado como um sistema de alerta precoce para monitorar a magnitude dos surtos de COVID-19. O monitoramento do excesso de mortalidade em pessoas em idade ativa, realizado pelo Observatório Ibero-Americano de Segurança e Saúde no Trabalho, permite avaliar com mais precisão a carga social e econômica da COVID-19.
RESUMO
ABSTRACT Objective: To estimate excess mortality by cause of death in Brazil and states in 2020. Methods: We estimated the expected number of deaths considering a linear trend analysis with the number of deaths between 2015 and 2019 for each group of causes and each federative unit. We calculated standardized mortality ratios (SMR) and 95% confidence intervals for each SMR assuming a Poisson distribution. We performed the analyses in the R program, version 4.1.3. Results: We observed a 19% excess in deaths in 2020 (SMR=1.19; 95%CI=1.18-1.20). The Infectious and Parasitic Diseases group stood out among the defined causes (SMR=4.80; 95%CI 4.78-4.82). The ill-defined causes showed great magnitude in this period (SMR=6.08; 95%CI 6.06-6.10). Some groups had lower-than-expected deaths: respiratory diseases (10% lower than expected) and external causes (4% lower than expected). In addition to the global analysis of the country, we identified significant heterogeneity among the federative units. States with the highest SMR are concentrated in the northern region, and those with the lowest SMR are concentrated in the southern and southeastern regions. Conclusion: Excess mortality occurs during the COVID-19 pandemic. This excess results not only from COVID-19 itself, but also from the social response and the management of the health system in responding to a myriad of causes that already had a trend pattern before it.
RESUMO Objetivo: Estimar o excesso de mortalidade segundo causa de óbito no Brasil e estados em 2020. Métodos: O número de óbitos esperado foi estimado considerando análise de tendência linear com o número de mortes entre os anos de 2015 e 2019, para cada grupo de causas e cada unidade da federação. Calculamos as razões de mortalidade padronizadas, e os intervalos com 95% de confiança para cada SMR foram calculados assumindo uma distribuição Poisson. As análises foram realizadas no programa R, versão 4.1.3. Resultados: Observamos um excesso de 19% nos óbitos em 2020 (SMR=1,19; IC=1,18-1,20). O grupo de Doenças Infecciosas e Parasitárias obteve maior destaque entre as causas definidas (SMR=4,80; IC95% 4,78-4,82). As causas mal definidas apresentaram grande magnitude neste período (SMR=6,08; IC95% 6,06-6,10). Há, ainda, grupos que apresentaram número de óbitos abaixo do esperado: doenças do aparelho respiratório (10% abaixo do esperado) e causas externas (4% abaixo do esperado). Além da análise global para o país, identificamos grande heterogeneidade entre as unidades da federação. Os estados com maiores SMR estão concentrados na região norte, e os que possuem menores SMR estão concentrados nas regiões sul e sudeste. Conclusões: Há um excesso de mortalidade ocorrendo durante a pandemia de COVID-19. Este excesso é resultado não apenas da COVID-19 em si, mas da resposta social e da gestão do sistema de saúde em responder a uma miríade de causas que já possuíam um ritmo de tendência anterior a ela.
RESUMO
ABSTRACT Objective: To describe the spatio-temporal distribution of infant mortality and its components in the city of Rio de Janeiro, Brazil, in 2010 and 2019. Methods: Infant mortality rate and the neonatal and postneonatal components were estimated. The standardized mortality rate was calculated to detect excess child mortality in the planning areas. Poisson regression was performed to estimate the effect of these planning areas on the years 2010 and 2019. Spatial analysis per neighborhoods was performed to identify the spatial autocorrelation rates, using the Moran's Index and local indicator of spatial association (LISA). Results: The planning areas are very heterogeneous, depending on the history and evolution of occupation. There is an excess of mortality in planning areas with greater social vulnerability. In the Poisson model, it was observed that in all components, the planning area (PA) of residence was statistically significant as well as the year. Moran's index did not show global spatial autocorrelation. However, when applying the LISA method, autocorrelation was observed at the local level and spatial clusters in the municipality of Rio de Janeiro. Conclusions: The spatial heterogeneity of the infant mortality rate in Rio de Janeiro suggests that local health policy strategies of each region consist in an efficient measure for reducing this rate.
RESUMO Objetivo: Descrever a distribuição espaçotemporal da mortalidade infantil eseus componentes no município do Rio de Janeiro nos anos de 2010 e 2019. Métodos: Estimamos a taxa de mortalidade infantil e os componentes neonatal e pós-neonatal. Calculamos a taxa de mortalidade padronizada para detectar excesso de mortalidade infantil nas áreas de planejamento e realizamos regressão de Poisson para estimar o efeito dessas áreas nos anos de 2010 e 2019. Efetuamos análise espacial por bairros para detectar autocorrelação espacial das taxas, com uso do índice de Moran e do indicador local de associação espacial (LISA). Resultados: As áreas de planejamento são muito heterogêneas em função da história e da evolução da ocupação. Há excesso de mortalidade nas áreas de planejamento com maior vulnerabilidade social. No modelo de Poisson, observamos que em todos os componentes a área de planejamento de residência teve significância estatística, assim como o ano. O índice de Moran não mostrou autocorrelação espacial global. Contudo, ao aplicarmos o método LISA, observou-se autocorrelação em nível local e aglomerados espaciais no município do Rio de Janeiro. Conclusões: A heterogeneidade espacial da taxa de mortalidade infantil no Rio de Janeiro sugere que estratégias locais de políticas de saúde para cada região são uma medida eficiente para sua redução.
RESUMO
Resumo Tendo em vista o crescente número de óbitos pela pandemia de COVID-19 no país, o presente trabalho apresenta análise descritiva inicial e exploratória sobre o excesso de mortalidade observado nos meses de março a maio de 2020 nas capitais e nos demais municípios do país. A fonte de dados utilizada foi o registro de óbitos pelos Cartórios de Registro Civil. Os dados foram desagregados por capitais e demais municípios das 26 unidades federativas e do Distrito Federal segundo sexo. A razão de mortalidade ajustada para o ano de 2020 foi calculada tendo como padrão os coeficientes de mortalidade do ano de 2019. Os resultados indicaram excesso de 39.146 óbitos para o período estudado, sendo maior entre homens do que nas mulheres. Esse aumento foi maior nas capitais das regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Nos demais municípios dessas regiões o incremento foi observado em maio, indicando possível interiorização da transmissão da COVID-19. Evidencia-se a necessidade de se aprimorar a detecção e o registro de casos para viabilizar o monitoramento eficiente da pandemia.
Abstract Given the growing number of deaths due to the COVID-19 pandemic in Brazil, this study presents an initial and exploratory descriptive analysis of the excess mortality observed from March to May 2020 in capitals and other municipalities. The data source was the death registers from the Civil Registry Offices. The data were disaggregated by gender and capitals and other municipalities of the 26 federative units and the Federal District. The standardized mortality ratio for 2020 was calculated with the 2019 mortality coefficients as standards. The results showed 39,146 excess deaths for the period studied and is higher among men. This increase was more significant among the capitals of the North, Northeast, and Southeast regions. In the other municipalities in these regions, the increase was observed in May, indicating a possible inland-bound COVID-19 transmission. The need to improve the detection and registration of cases is highlighted to enable the efficient monitoring of the pandemic.