RESUMO
Dengue virus (DENV) infects approximately 390 million persons every year in more than 100 countries. Reports of neurological complications are more frequently. The objective of this narrative review is to bring up the advances in the dengue neuropathogenesis. DENV can access the nervous system through blood-brain barrier disturbance mediated by cytokine. The blood-cerebrospinal fluid (CSF) barrier seems to be also involved, considering the presence of the virus in the CSF of patients with neurological manifestations. As for neurotropism, several studies showed the presence of RNA and viral antigens in brain tissue and CSF in humans. In murine model, different virus mutations were associated to neurovirulence. Despite the advances in the dengue neuropathogenesis, it is still necessary to determine a more appropriate animal model and increase the number of cases of autopsy. The detection of neurovirulence markers may contribute to establish a prognosis, the disease control and vaccine development.
O vírus da dengue (DENV) infecta anualmente cerca de 390 milhões de indivíduos em mais de 100 países. Complicações neurológicas estão se tornando frequentes. O objetivo desta revisão narrativa é abordar os avanços sobre neuropatogênese na dengue. O DENV invade o sistema nervoso central através do distúrbio da barreira hemato-encefálica, mediado por citocina. A barreira hemato-liquórica (LCR) parece também estar envolvida, considerando a presença do vírus no LCR. Estudos demonstraram RNA e antígenos virais no tecido cerebral e LCR de indivíduos infectados pelo DENV, confirmando o neurotropismo viral. Em modelo murino, diferentes mutações virais foram associadas a neurovirulência. Apesar dos avanços no conhecimento da neuropatogênese da dengue, ainda são necessários a determinação de um modelo animal mais adequado e aumento do número de casos de autopsia. A determinação de marcadores de neurovirulência pode contribuir para o estabelecimento de prognóstico, controle da doença e no desenvolvimento de vacina.
Assuntos
Animais , Humanos , Doenças do Sistema Nervoso Central/virologia , Vírus da Dengue , Dengue/complicações , Sistema Nervoso Central/virologia , Modelos Animais de Doenças , Vírus da Dengue/genética , Dengue/virologia , Ilustração Médica , MutaçãoRESUMO
Bovine herpesvirus type 5 (BoHV-5) is a major cause of viral meningoencephalitis in cattle. The expression of different viral proteins has been associated with BoHV-5 neuropathogenesis. Among these, gI, gE and US9 have been considered essential for the production of neurological disease in infected animals. To evaluate the role of gI, gE and US9 in neurovirulence, a recombinant from which the respective genes were deleted (BoHV-5 gI-/gE-/US9-) was constructed and inoculated in rabbits of two age groups (four and eight weeks-old). When the recombinant virus was inoculated through the paranasal sinuses of four weeks-old rabbits, neurological disease was observed and death was the outcome in 4 out of 13 (30.7 percent) animals, whereas clinical signs and death were observed in 11/13 (84.6 percent) of rabbits infected with the parental virus. In eight weeks-old rabbits, the BoHV-5 gI-/gE-/US9- did not induce clinically apparent disease and could not be reactivated after dexamethasone administration, whereas wild type BoHV-5 caused disease in 55.5 percent of the animals and was reactivated. These findings reveal that the simultaneous deletion of gI, gE and US9 genes did reduce but did not completely abolish the neurovirulence of BoHV-5 in rabbits, indicating that other viral genes may also play a role in the induction of neurological disease.
O herpesvírus bovino tipo 5 é uma das principais causas de meningoencefalite viral em bovinos. A expressão de diferentes proteínas virais tem sido associada à neuropatogenia do BoHV-5. Entre estas, a gI, gE e US9 têm sido consideradas essenciais para a indução de sinais neurológicos nos animais infectados. Para avaliar o papel das proteínas gI, gE e US9 na neurovirulência, construiu-se um recombinante no qual os genes que codificam estas proteínas foram deletados, denominado BoHV-5 gI-/gE-/US9-. Este vírus foi inoculado em coelhos de idades diferentes (quatro e oito semanas de idade). Quando o vírus recombinante foi inoculado nos seios paranasais de coelhos de quatro semanas de idade, doença neurológica e morte foram observadas em 4 dos 13 (30,7 por cento) animais, enquanto que sinais clínicos e morte foram observados em 11/13 (84,6 por cento) dos coelhos infectados com o vírus parental. Em coelhos de oito semanas de idade, o BoHV-5 gI-/gE-/US9- não induziu sinais clínicos aparentes e, após tentativa de reativação viral por tratamento com dexametasona, o vírus não foi re-excretado. Por outro lado, o vírus selvagem causou doença clínica em 55,5 por cento dos coelhos e foi re-excretado após tratamento com dexametasona. Estes achados revelam que a deleção simultânea dos genes gI, gE e US9 reduziu mas não aboliu completamente a neurovirulência do BoHV-5 em coelhos, indicando que outros genes virais possam ter papel na indução da doença neurológica.