RESUMO
RESUMO Objetivo: Avaliar se a diminuição da pressão arterial provocada pela elevação da pressão parcial positiva final corresponde à variação da pressão de pulso como indicador de fluido-responsividade. Métodos: Estudo de caráter exploratório que incluiu prospectivamente 24 pacientes com choque séptico ventilados mecanicamente e submetidos a três etapas de elevação da pressão parcial positiva final: de 5 para 10cmH2O (nível da pressão parcial positiva final 1), de 10 para 15cmH2O (nível da pressão parcial positiva final 2) e de 15 para 20cmH2O (nível da pressão parcial positiva final 3). Alterações da pressão arterial sistólica, da pressão arterial média e da variação da pressão de pulso foram avaliadas durante as três manobras. Os pacientes foram classificados como responsivos (variação da pressão de pulso ≥ 12%) e não responsivos a volume (variação da pressão de pulso < 12%). Resultados: O melhor desempenho para identificar pacientes com variação da pressão de pulso ≥ 12% foi observado no nível da pressão parcial positiva final 2: variação de pressão arterial sistólica de -9% (área sob a curva de 0,73; IC95%: 0,49 - 0,79; p = 0,04), com sensibilidade de 63% e especificidade de 80%. A concordância foi baixa entre a variável de melhor desempenho (variação de pressão arterial sistólica) e a variação da pressão de pulso ≥ 12% (kappa = 0,42; IC95%: 0,19 - 0,56). A pressão arterial sistólica foi < 90mmHg no nível da pressão parcial positiva final 2 em 29,2% dos casos e em 41,6,3% no nível da pressão parcial positiva final 3. Conclusão: Variações da pressão arterial em resposta à elevação da pressão parcial positiva final não refletem de modo confiável o comportamento da variação da pressão de pulso para identificar o status da fluido-responsividade.
Abstract Objective: To evaluate whether the decrease in blood pressure caused by the increase in the positive end-expiratory pressure corresponds to the pulse pressure variation as an indicator of fluid responsiveness. Methods: This exploratory study prospectively included 24 patients with septic shock who were mechanically ventilated and subjected to three stages of elevation of the positive end-expiratory pressure: from 5 to 10cmH2O (positive end-expiratory pressure level 1), from 10 to 15cmH2O (positive end-expiratory pressure level 2), and from 15 to 20cmH2O (positive end-expiratory pressure level 3). Changes in systolic blood pressure, mean arterial pressure, and pulse pressure variation were evaluated during the three maneuvers. The patients were classified as responsive (pulse pressure variation ≥ 12%) or unresponsive to volume replacement (pulse pressure variation < 12%). Results: The best performance at identifying patients with pulse pressure variation ≥ 12% was observed at the positive end-expiratory pressure level 2: -9% systolic blood pressure variation (area under the curve 0.73; 95%CI: 0.49 - 0.79; p = 0.04), with a sensitivity of 63% and specificity of 80%. Concordance was low between the variable with the best performance (variation in systolic blood pressure) and pulse pressure variation ≥ 12% (kappa = 0.42; 95%CI: 0.19 - 0.56). The systolic blood pressure was < 90mmHg at positive end-expiratory pressure level 2 in 29.2% of cases and at positive end-expiratory pressure level 3 in 41.63% of cases. Conclusion: Variations in blood pressure in response to the increase in positive end-expiratory pressure do not reliably reflect the behavior of the pulse pressure as a measure to identify the fluid responsiveness status.