Leishmaniose visceral em área prioritário do município de presidente prudente/SP/BRasil: Avaliação das ações de vigilãncia e controle / Visceral leishmaniasis in a priority area in the municipality of presidente prudente / SP / BRasil: Evaluation of surveillance and control actions

RESUMO

A leishmaniose visceral (LV) é considerada uma doença de acometimento sistêmico que pode evoluir para óbito quando não tratada. O agente etiológico da LV é um protozoário intracelular, Leishmania infantum. A espécie responsável pela transmissão da LV no Brasil é o flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, sendo o principal vetor e pode ser encontrado em domicílios, peridomicílios e abrigos de animais domésticos. Tem como principal reservatório o cão doméstico, porém muitos podem percorrer um curso assintomático. O objetivo deste estudo foi avaliar as ações de vigilância e controle da LV realizadas no bairro Residencial Monte Carlo de Presidente Prudente/SP em 2018, local identificado como área prioritária para controle da doença. Os dados foram fornecidos pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Presidente Prudente, Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN), Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente e Centro de Laboratório Regional Instituto Adolfo Lutz de Presidente Prudente (CLR IAL ­ PP). As análises das variáveis foram conduzidas no Programa R, com 5% de nível de significância. Foram realizados três inquéritos sorológicos para leishmaniose visceral canina (LVC) no ano de 2018 no bairro Monte Carlo, ações de educação em saúde e manejo ambiental foi realizado com os moradores. No total foram triados 291 cães, com uma positividade média de 4,1%, contudo nem todos foram testados nos três inquéritos. No primeiro inquérito, dos 180 cães triados 11,1% (20) se apresentaram reagente no Teste Rápido DPP (TR DPP®) e 6,1% (11) confirmados pelo Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA); no segundo, dos 182, 5,4% (10) foram reagentes no TR DPP® e 2,1% (4) confirmado pelo ELISA; no terceiro, dos 191 animais testados, 6,3% (12) foram reagentes no TR DPP® e 4,1% (8) confirmado pelo ELISA. Dos animais confirmados com LVC, apenas 73,9% (17) foram eutanasiados. Foi realizado mutirão de limpeza, orientação sobre a doença, e aplicado questionário sobre LV, onde mais de 50% dos entrevistados já tinham ouvido falar sobre LV e tinham conhecimento sobre a forma de transmissão, porém menos de 50% não conheciam as medidas preventivas e os sinais clínicos no cão e no homem. Dentre as 25 quadras existentes no bairro estudado, 6 delas apresentaram cães com TR DDP® reagente para LVC, presença de galinhas, humanos, matéria orgânica acumulada, abrigo, muitos animais e pouca pavimentação. As variáveis, humanos e matéria orgânica foram significativas, influenciando positivamente o número de cães infectados por quadra. Sendo assim, as ações realizadas para vigilância e controle da LV no bairro Monte Carlo se mostraram efetivas, pois houve uma diminuição na porcentagem de cães positivos entre o primeiro e o último inquérito, porém não foram suficientes, pois a porcentagem de positividade do bairro Monte Carlo, ainda continua maior do que a do município de Presidente Prudente. Por isso se torna necessário a intensificação das ações, tanto dos inquéritos sorológicos, para diagnostico precoce de LVC quanto as ações de manejo ambiental e educação em saúde.