Your browser doesn't support javascript.
loading
Decisão compartilhada na atenção primária e desfechos em saúde: uma revisão integrativa / Shared decision making in primary care and health outcomes: an integrative review / Decisión compartida en atención primaria y resultados en salud: una revisión integradora
Glebocki, Gabriel; Corneau, Felipe G.
Afiliação
  • Glebocki, Gabriel; Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo. São Bernardo do Campo. BR
  • Corneau, Felipe G; Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo. São Bernardo do Campo. BR
Rev. bras. med. fam. comunidade ; 16(43): 2388, 20210126. tab, ilus
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1358557
Biblioteca responsável: BR408.1
Localização: BR408.1
RESUMO
O processo de decisão compartilhada pode ser definido a partir dos seguintes elementos 1. há, no mínimo, duas pessoas envolvidas no processo de decisão, o médico e o paciente; 2. médico e paciente compartilham informações; 3. ambos contribuem para o processo decisório expondo suas preferências; 4. chega-se a uma decisão sobre a qual todos os envolvidos concordam. Seu emprego se justifica principalmente pelo aspecto ético de incluir o paciente nas decisões cujas consequências ele sofrerá. Todavia, muito se questiona sobre a relação desta prática com os desfechos em saúde.

Objetivos:

Esse estudo tem por objetivo avaliar a relação entre a prática da decisão compartilhada e desfechos em saúde em cenários de atenção primária à saúde.

Métodos:

Realizou-se uma revisão integrativa da literatura e foram incluídos artigos que tivessem medidas empíricas de decisão compartilhada durante o encontro clínico, cujo cenário fosse a atenção primária à saúde e que apresentasse avaliação de, pelo menos, um desfecho em saúde.

Resultados:

Inclui-se dez artigos no estudo, e os temas abordados são depressão (4 artigos), hipertensão (2), diabetes (1), risco cardiovascular (1), rastreio de câncer colorretal (1) e infertilidade (1). Metade dos estudos sobre depressão encontraram associação positiva entre a decisão compartilhada e a melhora dos sintomas depressivos. Dos estudos sobre hipertensão, não se encontrou associações estatisticamente significativas. Do estudo sobre diabetes, não se constatou correlação positiva entre decisão compartilhada e redução da hemoglobina glicada e do LDL. Compartilhar a decisão ao discutir risco cardiovascular não piorou o escore deste indicador 6 meses após a consulta. Com relação ao rastreio de câncer colorretal, discutir riscos e benefícios e avaliar as preferências dos pacientes se associou negativamente à realização dos testes de rastreio. Por fim, decisão compartilhada se associou a melhor experiência de cuidado para pessoas em acompanhamento para infertilidade na atenção primária. Dois estudos cronometraram consultas e não se observou diferenças de tempo entre aqueles que usaram e os que não usaram a decisão compartilhada. Quatro estudos não definiram conceitualmente a decisão compartilhada e quatro estudos não utilizaram ferramentas validadas para medi-la.

Conclusão:

Com relação aos desfechos avaliados, os artigos incluídos nesta revisão apresentam resultados ambíguos, com aparente tendência de correlação positiva entre decisão compartilhada e desfechos. Todavia, a falta de uniformidade com relação à definição conceitual de decisão compartilhada parece ser potencial barreira para pesquisas de maior qualidade na área.
ABSTRACT

Introduction:

The process of shared decision making can be defined through the following elements 1. there are, at least, two persons involved in the decisional process, the doctor and the patient; 2. doctor and patient share information; 3. both contribute to the decisional processes exposing it's preferences; 4. a decision upon which all agree is achieved. Its use is justified mainly by the ethical aspect of including the patient in the decisions whose consequences he will suffer. However, much is questioned about the relation between this practice and health outcomes.

Objectives:

This study aims to evaluate the relation between shared decision making and health outcomes in primary care settings.

Methods:

An integrative review of the literature was carried out. Articles that contained an empirical measure of shared decision during the clinical encounter, whose scenario was primary health care and that presented evaluation of at least one health outcome were included.

Results:

Ten articles were included in the study, and the topics covered are depression (4 articles), hypertension (2), diabetes (1), cardiovascular risk (1), colorectal cancer screening (1), and infertility (1). Half of the studies on depression found a positive association between shared decision making and improvement of depressive symptoms. None of the studies on hypertension detected statistically significant associations. The diabetes study found a positive correlation between shared decision making and reduced glycated hemoglobin and LDL. Sharing the decision when discussing cardiovascular risk did not worsen the score of this indicator after 6 months. Regarding colorectal cancer screening, discussing risks and benefits and assessing patient preferences was negatively associated with the performance of screening tests. Finally, shared decision making was associated with better care experience for people being monitored for infertility in primary care. Two studies timed consultations and found no time differences between those who used and those who did not use shared decision making. Four studies did not conceptually define shared decision making and four studies did not use validated tools to measure it.

Conclusion:

Regarding the specified outcomes, the articles included in this review show ambiguous results, with an apparent positive correlation trend between shared decisions and outcomes. However, the lack of uniformity regarding the conceptual definition of shared decision making seems to be a potential barrier for higher quality research in the area.
RESUMEN

Introducción:

Se puede definir el proceso de decisión compartida a partir de los siguientes elementos 1. hay al menos dos personas involucradas en el proceso de decisión, el médico y el paciente; 2. médico y paciente comparten información; 3. ambos contribuyen al proceso de toma de decisiones al exponer sus preferencias; 4. se llega a una decisión sobre la cual todos los involucrados están de acuerdo. Su uso se justifica principalmente por el aspecto ético de incluir al paciente en las decisiones cuyas consecuencias sufrirá. Sin embargo, se cuestiona mucho la relación de esta práctica con los resultados de salud.

Objetivo:

Este estudio tiene como objetivo evaluar la relación entre la práctica de la decisión compartida y los resultados de salud en entornos de atención primaria de salud.

Métodos:

Se realizó una revisión integradora de la literatura. Se incluyeron artículos que contenían una medida empírica de decisión compartida durante el encuentro clínico, cuyo escenario era la atención primaria de salud y que presentaban una evaluación de al menos un resultado de salud.

Resultados:

Se incluyeron diez artículos en el estudio, y los temas cubiertos son depresión (4 artículos), hipertensión (2), diabetes (1), riesgo cardiovascular (1), detección del cáncer colorrectal (1) e infertilidad (1). La mitad de los estudios sobre depresión encontraron una asociación positiva entre la decisión compartida y la mejora de los síntomas depresivos. Ninguno de los estudios sobre hipertensión detectó asociaciones estadísticamente significativas. El estudio de diabetes encontró una correlación positiva entre la decisión compartida y la reducción de la hemoglobina glucosilada y el LDL. Compartir la decisión al discutir el riesgo cardiovascular no empeoró la puntuación de este indicador después de 6 meses. Con respecto a la detección del cáncer colorrectal, discutir los riesgos y beneficios y evaluar las preferencias del paciente se asoció negativamente con la realización de las pruebas de detección. Finalmente, decisión compartida se asoció con la mejor experiencia de atención para las personas que están siendo monitoreadas por infertilidad en atención primaria. Dos estudios cronometraron las citas y no encontraron diferencias de tiempo entre los que usaron y los que no usaron la decisión compartida. Cuatro estudios no definieron conceptualmente la decisión compartida y cuatro estudios no utilizaron herramientas validadas para medirla.

Conclusión:

Con respecto a los resultados evaluados, los artículos incluidos en esta revisión presentan resultados ambiguos, con una tendencia aparente de correlación positiva entre la decisión compartida y los resultados de salud. Sin embargo, la falta de uniformidad con respecto a la definición conceptual de la decisión compartida parece ser una barrera potencial para investigación de mayor calidad en el área.
Assuntos


Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados internacionais Contexto em Saúde: ODS3 - Meta 3.8 Atingir a cobertura universal de saúde Problema de saúde: Arranjos de Entrega Base de dados: LILACS Assunto principal: Avaliação de Processos e Resultados em Cuidados de Saúde / Atenção Primária à Saúde / Avaliação de Resultados da Assistência ao Paciente / Tomada de Decisão Clínica Tipo de estudo: Estudo prognóstico / Revisão sistemática Aspecto: Aspectos éticos Idioma: Português Revista: Rev. bras. med. fam. comunidade Assunto da revista: Medicina de Família e Comunidade / Saúde Pública Ano de publicação: 2021 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo/BR

Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados internacionais Contexto em Saúde: ODS3 - Meta 3.8 Atingir a cobertura universal de saúde Problema de saúde: Arranjos de Entrega Base de dados: LILACS Assunto principal: Avaliação de Processos e Resultados em Cuidados de Saúde / Atenção Primária à Saúde / Avaliação de Resultados da Assistência ao Paciente / Tomada de Decisão Clínica Tipo de estudo: Estudo prognóstico / Revisão sistemática Aspecto: Aspectos éticos Idioma: Português Revista: Rev. bras. med. fam. comunidade Assunto da revista: Medicina de Família e Comunidade / Saúde Pública Ano de publicação: 2021 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo/BR
...