Contexto familiar e necessidade de tratamento em pré-escolares avaliados pelo PSE em Belo Horizonte / Family context and need for treatment in preschoolers evaluated by pse in Belo Horizonte Family context and need for treatment in preschoolers evaluated by PSE in Belo Horizonte

RESUMO

Cárie da primeira infância (CPI) é a presença de lesão cariosa, perda ou restauração em pelo menos um dente decíduo antes de 71 meses de idade, impactando o bemestar e a qualidade de vida da criança e dos pais. Apresenta uma alta prevalência no Brasil e no mundo, com um alto índice de dentes não tratados. Em sua etiologia a CPI apresenta associação das variáveis biológicas e dietéticas, sociodemográficas, psicossociais e ambientais, envolvendo a criança, a família e a comunidade. Este estudo teve como objetivo analisar a necessidade de tratamento odontológico e o contexto familiar em crianças pré-escolares, avaliadas pelo Programa Saúde na Escola (PSE). Este estudo transversal foi realizado com o principal cuidador das crianças avaliadas pelo PSE moradoras da área de abrangência de um Centro de Saúde em Belo Horizonte, sendo um estudo descritivo. Dados primários foram coletados por entrevista, através de questionário estruturado com o principal cuidador da criança via contato telefônico. Este questionário incluiu um questionário socioeconômico; demográfico e familiar; o Questionário de Funcionamento Geral Familiar, para investigação do funcionamento familiar; e o Self- Reporting Questionnaire, para triagem de transtornos mentais comuns no principal cuidador. Dados secundários incluíram os registros do banco de dados do PSE, para levantamento da população do estudo e da necessidade de tratamento odontológico. Este trabalho teve como produto um artigo científico que apresenta os seguintes resultados: A mediana de idade das crianças foi de 5 anos e 32,80% tinham necessidade de tratamento em relação à cárie dentária. A maioria dos respondentes foram mães (88,50%), apresentavam ensino médio completo ou mais (52,50%) e estavam desempregados (49,20%). Houve maior prevalência de necessidade de tratamento em famílias com menor renda e com menor apoio social (familiar e amigos<1) e menor prevalência em famílias de formato tradicional. Também foi realizado um produto técnico no formato de material didático ou instrucional com o objetivo de sensibilizar os que trabalham com saúde pública à necessidade de um melhor registro dos dados produzidos nos serviço.

ABSTRACT

Early childhood caries (IPC) is the presence of carious injury, loss or restoration in at least one deciduous tooth before 71 months of age, impacting the well-being and/ quality of life of the child and parents. It has a high prevalence in Brazil and worldwide, with a high rate of untreated teeth. In its etiology, IPC presents an association of biological and dietary, sociodemographic, psychosocial and environmental variables, involving the child, the family and the community. This study aimed to analyze the need for dental treatment and the family context in preschool children, evaluated by the School Health Program (PSE). This cross-sectional study was conducted with the main caregiver of the children evaluated by the PSE living in the area covered by the Alcides Lins health center in Belo Horizonte, and is a descriptive study. Primary data were collected by interview through a structured questionnaire with the main caregiver via telephone contact. This questionnaire included a socioeconomic, demographic and family questionnaire, the General Family Functioning Questionnaire, for the investigation of family functioning and the Self-Reporting Questionnaire for screening common mental disorders in the main caregiver. Secondary data included the records of the PSE database, to survey the study population and the need for dental treatment. This study had as product a scientific article that presents the following results: The median age of the children was 5 years and 32.80% needed treatment in relation to dental caries (NT). Most of the respondents were mothers (88.50%), had completed high school or more (52.50%) and were unemployed (49.20%). We found a resident/room ratio of 1.00, social support (family and friends) with a median of 1.00. The FGF scores presented median=3.00. The prevalence of CMD was 45.90%. There was a higher prevalence of need for treatment in families with lower income and with lower social support (family and friends<1) and lower prevalence of in traditional families. The fgf and prevalence of SRQ-20 values were similar among preschoolers with and without the need for dental treatment. A high prevalence of CMD and suicidal ideation was found. A technical product was also produced in the form of didactic or instructional material with the objective of sensitizing public health workers of the need for a better record of the data produced in the services.