A interpretacão dos sonhos hoje / The interptretation of dreams today

RESUMO

Para o Freud de 1932, a teoria dos sonhos marca um turning point histórico o da passagem de uma psicoterapia para uma verdadeira psicanálise. Confere aos sonhos o papel de um "shiboleth, cuja aplicação decidiu quem pode se converter em partidário da psicanálise e quem, definitivamente, não conseguiu apreendê-la". Por outro lado, os pacientes atuais nem sempre se lembram dos sonhos. Alguns sequer dedicam algum tempo, fora dos cinquenta minutos da análise, para refletir sobre o que se passa em seu mundo interno. Sem cairmos no extremo de acreditar num processo de "superficialização, espalhamento e diluição da subjetividade" (Mendes de Almeida M.I, 1998), não há como ignorar o impacto do excesso de imagens visuais, como a televisão e a Internet, na vida dos nossos pacientes. Este trabalho pretende mostrar que o conhecimento da doutrina dos sonhos proporciona um instrumento para analisar profundamente, inclusive pacientes que, de início, não trazem sonhos. Para tanto, postulamos que o analista deve ser capaz de "sonhar" aquilo que o paciente projeta dentro de sua mente, como uma fase preliminar da formulação de interpretações