Pensamento mágico: crianças, povos primitivos e esquizofrênicos [psicopatologia do pensamento] / Magic thinking: children, primitive peoples and schizophrenics [psycopathology of thinking]

RESUMO

A partir do título do congresso em que foi apresentado, "Psiquiatria da magia à evidência", o presente trabalho visa, de início, elaborar como se pensa filosoficamente hoje a noção psicopatológica de "pensamento". O conceito psicopatológico clássico que a mesa redonda comentou, "Pensamento mágico crianças, povos primitivos e esquizofrênicos", está no item "Pensamento" das funções psíquicas da consciência. Vistos os fundamentos do conceito de pensamento mágico, confronta-se com o que da psicopatologia clássica foi revisto pela filosofia, pela lógica e pelas ciências da linguagem (a psicanálise, a clínica atual e a psiquiatria transcultural). Conclui-se que o conceito é passível de refutação e marcado pela ideologia do racionalismo pós-Revolução Francesa que excluiu esquizofrênicos, crianças e povos primitivos, tutelando-os e medicalizando-os. Trabalhou-se que o pensamento destes grupos humanos é radicalmente diferente e singular e, insistir no conceito clássico, tal como posto desde então, far-se-á tábula rasa destas subjetividades humanas, com o risco de se cometer genocídio em nome da razão