A eficácia da ceratoplastia lamelar automatizada / The efficacy of automated lamellar keratoplasty

RESUMO

Introdução: Milhares de ceratoplastias vêm sendo realizadas no mundo inteiro a cada ano. O número de pacientes necessitando de ceratoplastia supera o número de doações de córnea. Na ceratoplastia lamelar a câmara anterior não é penetrada, diminuindo o risco de infecção e hemorragia expulsiva. Além disso, o endotélio corneano é deixado intacto, diminuindo o risco de falência endotelial ou rejeição corneana. O resultado é um período de pós-operatório mais fácil e curto, sem necessidade do uso prolongado de corticóide, evoluindo com melhores resultados refrativos e visuais. Local Universidade Federal do Rio de Janeiro / Clinique Monticeli. Métodos: Foram estudados 32 olhos de 27 pacientes submetidos ao transplante lamelar com o uso do microcerátomo, o sistema de câmara anterior artificial e botões córneo-esclerais. Estes pacientes foram avaliados considerando sua acuidade visual sem e com correção, o astigmatismo e a ocorrência de complicações. Resultados: A média do tempo de acompanhamento pós-operatório foi de 12,5 +- 6,3 (6-30) meses. A média de idade dos pacientes foi de 51,2 +- 18,6 anos. As indicações cirúrgicas mais freqüentes foram as distrofias corneanas (granular 21,8 porcento; reticular 18,7 porcento; Reis-Bücklers 6,2 porcento). A média da acuidade visual corrigida foi de 0,56 +- 0,19. A média do astigmatismo foi de -2,75 +- 1,75 DC. A freqüência de complicações foi de 31,2 porcento dos casos 4 casos de invasão epitelial; 2 de infiltrado na interface; 2 de olho seco; 1 de perfuração corneana; e um de reposição do disco. Conclusão: A ceratoplastia lamelar automatizada foi eficaz no tratamento de opacidades corneanas estromais anteriores.