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Lust, Gluttony, Fake News! The consumption of the abject objects of desire / Luxúria, Gula, Fake News! O consumo dos abjetos objetos do desejo.
Preprint em Português | SciELO Preprints | ID: pps-3658
Biblioteca responsável: BR1.1
ABSTRACT
Lying seem to have ancient roots and are deeply rooted in human inclinations to deceit for immoral or illicit advantages. Throughout history, malicious human productions have been reproduced in a limited way in niches of the private sphere. From the end of the 20th century, technological accumulations in terms of content production and consumer segmentation of the "information society" also generated conditions for the creation of the "disinformation society" through the potentialization of distorted communicative processes linked to commercial interests. It is argued in the text that, more relevant than the credibility of content and its conveyors in the context of technological potential for the production and distribution of fake news, the consumption of lies has expanded due to unconfessable human needs. Using the theoretical framework of Guy Debord's "society of the spectacle", Christoph Türcke's Philosophy of Sensation and Shoshana Zuboff's Surveillance Capitalism, the new directions of contemporary capitalism are discussed. We describe the emergence of a new form of market that exploits the lust of excitement by social intolerance and panic in the context of biocalamities such as the COVID-19 pandemic. In the new modes of production, huge profits are generated by the society that has become the spectacle itself - now driven by the lust/greed of sensation in the excitement trade. Gluttony for excessive consumption of content that reaffirms social bonds generates more screen time on devices, although also implicated in the genealogy of xenophobia. The text discusses how the mechanisms of exploitation of lies, gossip and defamation confidences are transformed into commodities. The communicative action to overcome ideologies and emancipation of the human being has been reduced to the alienated reproduction of memes and particles of sensational information. In the context of this new "Media Age", discourses without dialogue and conviction without interlocutions proliferate. Just as the excessive supply of sugars has led to obesity, the lust for the sensation articulated with gluttony for its consumption has led to infobesity and infodemic corruptions of communication.
RESUMO
A mentira parece ter raízes antigas e profundamente fincadas nas inclinações humanas para o engodo para obtenção de vantagens imorais ou ilícitas. Ao longo da História, as produções caluniosas humanas se reproduziram de forma limitada em nichos da esfera privada. A partir do final do século XX as acumulações tecnológicas em termos de produção de conteúdo e segmentação de consumidores da "sociedade da informação" também geraram condições para criação da "sociedade da desinformação" por meio da potencialização de processos comunicativos distorcidos ligados a interesses comerciais. Defende-se no presente texto que, mais relevante que a credibilidade de conteúdos e seus veiculadores no contexto da potencialização tecnológica para produção e distribuição das fake news, o consumo de mentiras expandiu-se em função de necessidades humanas inconfessáveis. Usando o referencial teórico da "sociedade do espetáculo" de Guy Debord, da Filosofia da Excitação de Christoph Türcke e do Capitalismo de Vigilância de Shoshana Zuboff, discute-se os novos rumos do capitalismo contemporâneo. Descreve-se o surgimento de uma nova forma de mercado que explora a luxúria da excitação pelo ódio da intolerância e pelo pânico no contexto das biocalamidades como a pandemia do COVID-19. Nos novos modos de produção, vultosos lucros são gerados pela sociedade que se tornou o próprio espetáculo - agora impulsionado pela luxúria/gula da sensação no comércio da excitação. A gula pelo consumo excessivo de conteúdos de reafirmação de laços sociais gera mais tempo de tela nos devices, embora também esteja implicada na genealogia das xenofobias. Discute-se assim os mecanismos da exploração da mentira, da fofoca e das confidências de difamação transformadas em commodities. A ação comunicativa para superação de ideologias e emancipação do ser humano tem sido reduzida à reprodução alienada de memes e partículas de informação sensacional. No contexto dessa nova "Idade Mídia", proliferam os discursos sem diálogos e a convicção sem reflexão e sem interlocuções. Assim como a oferta excessiva de açúcares levou à obesidade, a luxúria pela sensação articulada à gula por seu consumo e replicação, está nos conduzido à infobesidade e às corrupções infodêmicas da comunicação.


Texto completo: Disponível Coleções: Preprints Base de dados: SciELO Preprints Idioma: Português Ano de publicação: 2022 Tipo de documento: Preprint

Texto completo: Disponível Coleções: Preprints Base de dados: SciELO Preprints Idioma: Português Ano de publicação: 2022 Tipo de documento: Preprint
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