Você Sabe com Quem Está Falando? / Do You Know Who You’re Talking to?

RESUMO

A identidade de nossos interlocutores se define para nós em função de mapeamentos fulgurantes que respondem, entre outros fatores, à pergunta “Você sabe com quem está falando?”. Com certeza, essa pergunta de aparência neutra e factual está saturada por coordenadas ideológicas que produzem efeitos mentais e vinculares, reveladores tanto do estigma social como de seu correlato individual. Partindo de dois anúncios publicitários de aparição recente nos meios de comunicação massivos e de uma vinheta clínica, e recorrendo à psicanálise como instrumento privilegiado de navegação, o artigo explica algumas das complexas interações entre os mandatos culturais questionados, porém não desativados, sua incidência na esfera afetiva e mental, assim como em termos da conformação de identidade em uma sociedade do terceiro mundo

ABSTRACT

The identity of our interlocutors is defined through fulgurating mappings that answer, among other factors, to the question “Do you know who you’re talking to?” Actually, this seemingly neutral and factual question is ideologically loaded, producing mental and bonding effects, which reveal both the social stigma and its individual counterpart. Based on two commercials recently aired in the mass media and on a clinical vignette, and using psychoanalysis as a privileged instrument of expression, the paper explains some of the complex interactions between the cultural mandates that have been questioned (but not set aside) and their effect on the affective and mental sphere, as well as in terms of construction of identity in a third world society

RESUMEN

La identidad de nuestros interlocutores se define para nosotros en función de mapeos fulgurantes que responden, entre otros factores, a la pregunta ¿sabes con quién estás hablando? Sin embargo, esta pregunta de apariencia neutra y factual está saturada por unas coordenadas ideológicas que producen efectos mentales y vinculares, reveladores tanto de la impronta social como de su correlato individual. Partiendo de dos piezas publicitarias de aparición reciente en medios de comunicación masivos y una viñeta clínica, y recurriendo al psicoanálisis como instrumento privilegiado de navegación, el artículo explora algunas de las complejas interacciones entre los mandatos culturales cuestionados pero no desactivados, su incidencia en la esfera afectiva y mental, así como en términos de la conformación de la identidad en una sociedad tercermundista