RESUMO
A doença de Chagas ainda é um dos principais problemas de saúde pública em toda a América Latina, acometendo entre 16 a 18 milhões de pessoas e causando cerca de 50.000 mortes por ano. O Trypanosoma cruzi é o protozoário causador da doença de Chagas e tem como principal forma de transmissão a vetorial. O objetivo desta pesquisa foi detectar e genotipar molecularmente as linhagens de T. cruzi em triatomíneos sinantrópicos no Estado da Bahia. As coletas foram realizadas em parceria com a SESAB em 2013 e 2014, com 842 coletas em 127 municípios, onde coletou-se 6099 triatomíneos em 15 espécies. Após triagem e amostragem proporcional e estratificada por ambiente de coleta e espécie, 1250 exemplares foram selecionados. O DNA das amostras e controles foi purificado respectivamente com os kits DNAzol® ou QIAamp® DNA Mini Kit e a concentração aferida em espectrofotômetro ND-1000 V3.3 e ajustada a ~100ng/uL. As PCRs com volume de 25uL seguiram o protocolo da TopTaq_MasterMix® - QIAGEN utilizando 1uL de amostra. As PCRs foram realizadas em duplicata, e os resultados analisados em gel de agarose 2% com o Sistema Gel Micro™ SSP One Lambda, sob luz UV e fotodocumentados no UVP - iBox® Scientia™ com o software VisionWorks®LS Analysis. O alvo molecular avaliado, foi a região intergênica do gene de mini-exon utilizando os iniciadores TCC, TC1 e TC2, capazes de detectar o T. cruzi e subgenotipar em TC1 (350pb) e TC2 (300pb). Resultados preliminares em 519 amostras estratificadas por ambiente de coleta (Intra = 179, Peri = 270, Silvestre = 70) determinaram que a taxa média de infecção dos triatomíneos pelo T. cruzi foi de 10,0%, e 2,2%, 9,8% e 20,0% nos ambientes, respectivamente. As espécies mais infectadas foram T. brasiliensis (20,0%, n=7), T. juazeirensis (20,7%, n=6), T. pseudomaculata, (10,9%, n=7), T. sordida (10,3%, n=14) e T. sherlocki (8,6%, n=5). Estes resultados demostram que as espécies citadas mantêm o risco de transmissão da doença de Chagas no Estado da Bahia.
RESUMO
Triatomíneos são vetores em ciclos de transmissão silvestres do T. cruzi. Algumas espécies, no entanto, são capazes de se adaptar às ações antrópicas na paisagem natural, passando a coabitar com o homem e animais domésticos, em seu domicílio.