ABSTRACT
CONTEXTUALIZAÇÃO: A avaliação observacional da marcha é uma abordagem clínica importante para a avaliação das desordens da marcha. Sistemas de análise quantitativa da marcha oferecem informações acuradas, entretanto o alto custo desses instrumentos tornam a análise observacional mais acessível para a prática clínica. OBJETIVOS: Desenvolver uma escala observacional de marcha (EOM) para caracterizar a marcha de crianças com paralisia cerebral espástica (PCE) e testar sua confiabilidade e validade de critério, comparando-a com o sistema computadorizado de análise de movimento, padrão ouro para avaliação cinemática da marcha. MÉTODOS: Vinte e três vídeos de crianças com PCE (9,54±2,22 anos) foram avaliados por meio da EOM por quatro fisioterapeutas em duas sessões. Dados cinemáticos do complexo tornozelo/pé, joelho, quadril e pelve foram obtidos usando o sistema de análise de movimento Qualisys Pro-reflex. Para estabelecer a validade de critério e a confiabilidade intra e interexaminadores, os resultados obtidos da EOM foram comparados com os dados do sistema de análise de movimento, entre as duas sessões e entre examinadores. Teste Kappa ponderado foi aplicado para analisar a concordância entre as avaliações. RESULTADOS: A EOM apresentou validade muito boa para joelho (r=0,64, p<0,05) e boa para o complexo tornozelo/pé (r=0,59, p<0,05). A confiabilidade intraexaminadores foi muito boa para o complexo tornozelo/pé (r=0,79, p<0,05), joelho (r=0,77, p<0,05) e quadril (r=0,73, p<0,05) e boa para a pelve (r=0,59, p<0,05). A confiabilidade interexaminadores foi muito boa para o complexo tornozelo/pé (r=0,68, p<0,05) e joelho (r=0,65, p<0,05) e boa para o quadril (r=0,48, p<0,05). CONCLUSÕES: A EOM demonstrou bons índices de confiabilidade e validade para a observação do tornozelo/pé e joelho. Novas estratégias de observação devem ser criadas para melhorar as propriedades psicométricas dos itens relativos ao quadril e pelve.
BACKGROUND: Observational gait assessment is an important clinical approach to the evaluation of gait disorders. Quantitative gait analysis systems provide accurate information, but the high cost of these instruments makes observational analysis more affordable to clinical practice. OBJECTIVES: To develop an observational gait scale (OGS) for characterizing the gait of children with spastic cerebral palsy (SCP) and to evaluate its validity and reliability criteria in comparison with a computerized motion analysis system representing the gold standard for kinematic gait assessment. METHODS: Twenty-three videos of children with SCP (9.54 ± 2.22 years) were evaluated by four physical therapists using the OGS, in two sessions. Kinematic data from the ankle/foot complex, knee, hip and pelvis were obtained using the Qualisys Pro-reflex motion analysis system. To establish criterion validity and the intra- and inter-rater reliability, the observational data were compared with motion analysis data, between the two sessions and between the raters. The weighted kappa test was applied to analyze the concordance between the evaluations. RESULTS: The OGS presented very good validity for the knee (r=0.64, p<0.05) and good validity for the ankle/foot complex (r=0.59, p<0.05). The intra-rater reliability was very good for the ankle/foot complex (r=0.79, p<0.05), knee (r=0.77, p<0.05) and hip (r=0.73, p<0.05) and good for the pelvis (r=0.59, p<0.05). The inter-rater reliability was very good for the ankle/foot complex (r=0.68, p<0.05) and knee (r=0.65, p<0.05), and good for the hip (r=0.48, p<0.05). CONCLUSIONS: The OGS demonstrated good reliability and validity for the ankle/foot and knee observations. New observational strategies are needed to improve the psychometric properties of the items relating to the hip and pelvis.
ABSTRACT
INTRODUÇÃO: Por definição clínica, respiradores orais (RO) utilizam a boca como maior via de acesso de ar durante a respiração. Isso resulta em alterações na posição da língua e cabeça e pode influenciar a mecânica craniofacial durante o desenvolvimento. A anteriorização da cabeça também é comum em RO, podendo levar a desalinhamentos em segmentos adjacentes do corpo humano. OBJETIVOS: Avaliar a amplitude de movimento (ADM) cervical em crianças RO e comparar com crianças respiradoras nasais (RN). MÉTODOS: Dez crianças RO, de ambos os sexos, com idade de 6,90 ± 1,37 anos e dez RN, de ambos os sexos, com idade de 7,70 ± 1,42 anos, participaram do estudo. O Cervical Range of Motion (CROM) foi utilizado para medir a ADM de flexão, extensão e protrusão da cabeça. Para a análise estatística foi utilizado o teste t Student para amostras independentes, considerando nível de significância estatística o valor de p< 0,05. RESULTADOS: Crianças RO apresentam uma ADM de extensão cervical significativamente menor (59,0º ± 10,79º) quando comparadas ao grupo RN (72,9º ± 8,82º ) (p= 0,001). A ADM de flexão e protrusão não foi estatisticamente diferente entre os grupos. CONCLUSÃO: As crianças RO apresentaram menor ADM de extensão cervical do que as crianças RN, no entanto, em relação às ADM de protusão e flexão, não há diferença entre os grupos.
INTRODUCTION: By clinical definition, mouth breathers use the mouth as their main air pathway during breathing. This results in modifications to tongue and head positioning and may have an influence on craniofacial mechanics during development. Bringing the head forward is also common among mouth breathers and may lead to misalignments in adjacent segments of the human body. OBJECTIVE: To evaluate neck (cervical) range of motion (ROM) among mouth-breathing children and compare this with a group of nose-breathing children. METHOD: Ten mouth-breathing children of both sexes aged 6.90 ± 1.37 years and ten nose-breathing children aged 7.70 ± 1.42 years participated in this study. The ROM for neck flexion, extension and protrusion of the head were evaluated. Student's t test for independent samples was used for the statistical analysis, considering p< 0.05 as the statistical significance level. RESULTS: The mouth-breathing children had a significantly smaller ROM for neck extension (59.0º ± 10.79º), compared with the nose-breathing group (72.9º ± 8.82º ) (p= 0.001). The ROM for flexion and protrusion was not statistically different between groups (59.0º ± 10.79º). CONCLUSION: The mouth-breathing children presented smaller neck extension ROM than the nose-breathing children did, but for protrusion and flexion ROM there was no difference between the groups.
Subject(s)
Child , Male , Female , Manipulation, Spinal , Mouth Breathing , Physical Therapy Modalities , Ventilators, MechanicalABSTRACT
Falls are a major concern in the elderly population with chronic joint disease. To compare muscular function and functional mobility among older women with knee osteoarthritis with and without a history of falls, 15 elderly women with a history of falls (74.20 ± 4.46 years) and 15 without a history of falls (71.73 ± 4.73 years) were studied. Muscular function, at the angular speed of 60, 120, and 180°/s, was evaluated using the Biodex Isokinetic Dynamometer. The sit-to-stand task was performed using the Balance Master System and the Timed Up and Go test was used to determine functional mobility. After collection of these data, the history of falls was investigated. A statistically significant difference was detected in the time taken to transfer the center of gravity during the sit-to-stand test (means ± SD; non-fallers: 0.35 ± 0.16 s; fallers: 0.55 ± 0.32 s; P = 0.049, Student t-test) and in the Timed Up and Go test (medians; non-fallers: 10.08 s; fallers: 11.59 s; P = 0.038, Mann-Whitney U-test). The results indicated that elderly osteoarthritic women with a history of falls presented altered functional mobility and needed more time to transfer the center of gravity in the sit-to-stand test. It is important to implement strategies to guarantee a better functional performance of elderly patients to reduce fall risks.
Subject(s)
Humans , Female , Aged , Accidental Falls , Mobility Limitation , Muscle, Skeletal/physiopathology , Osteoarthritis, Knee/complications , Biomechanical Phenomena , Geriatric Assessment/methods , Osteoarthritis, Knee/physiopathology , Severity of Illness IndexABSTRACT
O exercicio com o step e uma atividade aerobica normalmente indicada em programas de reabilitacao para idoso. O efeito biomecanico desse exercicio nas articulacoes do quadril e do joelho de pessoas idosas ainda nao foi estudado. Objetivo: Quantificar a cinematica e a cinetica do quadril e do joelho em tres dimensoes durante a atividade de step em participantes acima de 55 anos de idade. Metodo:dados de 9 participantes (media de 64,8 anos) foram coletados. Os dados foram obtidos por meio do sistema Optotrak acoplado a uma plataforma de forca e de raios-X padronizados para determinar com precisao os centros de rotacao das articulacoes e dos dados antropometricos. A altura do step era de 16 cm e estava localizado em frente a plataforma de forca. Resultados: as articulacoes de quadril e joelho geraram maiores momentos internos de forca abdutora de...
Subject(s)
Aged , Biomechanical Phenomena , Exercise , Hip Joint , Knee JointABSTRACT
A localizacao do centro de rotacao do quadril e importante na analise dos dados cinematicos da marcha. Metodos acurados para localizacao do centor de articulacao envlovem tecnicas invasivas e de alto custo. O objetivo deste trabalho foi obter angulos no quadril durante a marcha, usando quatro metodos nao-invasivos de estimar o centro de rotacao do quadril, e comparar com angulos obtidos usando tecnica radiografica QPR. Dez sujeitos sadios, entre 57 e 73 anos de idade, participaram do estudo. As tecnicas nao-invasivas usam distancias entre proeminencias osseas localizadas na pele e no quadril para estimas o centro de rotacao do quadril. As radiografias no plano frontal obtidas usando o OPR fornecem com precisao a localizacao do centro de rotacao do quadril nas direcoes medio-laterais e proximo-distais. O metodo mais acurado de estimar a localizacao do centro de rotacao do quadril foi determinado o ponto medio de uma limha conectando a espinha iliaca direita anterior-superior e a sinfise pubica, e movendo essa linha 2 cm inferiormente. Essa tecnica estimou o centro de rotacao do quadril 0,7 cm medial e 0,8 cm superior a sua localizacao, como determinado pela tecnica do QPR. Os angulos obtidos no quadril durante ciclo da marcha usando esse metodo gerou erros inferiores 2º em cada plano, quando comparado com o QPR. O s resultado deste estudo indicam que esse metodo nao-invasivo e de baixo custo e valido para estimar o centro de rotacao do quadril em estudos de analise de marcha.