RESUMO
Pretendemos expor algumas idéias a respeito das concepções em torno da transgeracionalidade, que se caracteriza por uma história da qual pelo menos uma parte desta não pertence à geração do paciente (Kaes). Utilizaremos a tragédia de Édipo nos tempos presente, passado e futuro. Neste trabalho, recorreremos à descrição que Faimberg faz do fenômeno clínico que ela denominou "telescopagem das gerações" - um tipo especial de identificação inconsciente, alienante, que condensa três gerações e que se revela na transferência/contratransferência. É também nosso objetivo traçar alguns paralelos entre o desfecho neurótico freudiano da conflitiva edípica e o desfecho de cartas marcadas, nercisistas desde a perspectiva transgeracional. Na ótica das relações entre as gerações, diríamos que uma característica das identificações inconscientes é que elas são inicialmente inaudíveis e, assim, permanecem por muito tempo no processo analítico. Da mesma forma, a culpa neurótica não aparece como um indicador, pois não caminhamos no terreno da repressão, já que o desconhecimento da responsabilidade do sujeito não é consecutivo a um ato repressivo; trata-se de um fardo ou "mandato" do qual o filho não consegue se libertar por meio de mecanismos neuróticos. Enriquez destaca que este fenômeno clínico poderá se manifestar numa apresentação bizarra, ininteligível, um "vazio" na memória e uma angústia indizível
Assuntos
Mitologia , Complexo de Édipo , Inconsciente PsicológicoRESUMO
Pretendemos expor algumas idéias a respeito das concepções em torno da transgeracionalidade, que se caracteriza por uma história da qual pelo menos uma parte desta não pertence à geração do paciente (Kaës). Utilizaremos a tragédia de Édipo nos tempos presente, passado e futuro. Neste trabalho, recorremos à descrição que Faimberg faz do fenômeno clínico que ela denominou ''telescopagem' das gerações' - um tipo especial de identificação insconsciente, alienante, que condensa três gerações e que se revela na transferência/contratransferência. É também nosso objetivo traçar alguns paralelos entre o desfecho neurótico freudiano da conflitiva edípica e o desfecho de cartas marcadas, narcisista desde a perspectiva transgeracional. Na ótica das relações entre as gerações, diríamos que uma característica das identificações insconscientes é que elas são inicialmente inaudíveis e, assim, permanecem por muito tempo no processo analítico. Da mesma forma, a culpa neurótica não aparece como um indicador, pois não caminhamos no terreno da repressão, já que o desconhecimento da responsabilidade do sujeito não é consecutivo a um ato repressivo; trata-se de um fardo ou 'mandato' do qual o filho não consegue se libertar por meio de mecanismos neuróticos. Enriquez destaca que este fenômeno clínico poderá se manifestar numa apresentação bizarra, ininteligível, um 'vazio' na memória e uma angústia indizível (AU)